sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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    Vale e MP entram em acordo para auditoria de barragem em MG

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    A mineradora Vale aceitou, nesta quarta-feira (19), assinar um acordo com os Ministérios Públicos de Minas Gerais e Federal se compromentendo a contratar uma empresa de auditoria para acompanhar a situação da barragem B5, da mina da Mutuca, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

    Na última sexta-feira (13), o R7 divulgou documentos em que a própria Vale confirmava que havia água minando na estrutura, bem como a existência de uma trinca no local. Segundo dados da empresa, 93 pessoas vivem na área de autossalvamento da barragem, ou seja, na área em que não há tempo do resgate chegar em caso de rompimento.

    De acordo com o MPMG, os detalhes do Tac (Termo de Ajustamento de Conduta) foram definidos durante a reunião com a companhia, nesta quarta-feira, em Belo Horizonte. A expectativa é que o documento seja assinado ainda nesta semana.

    “Foram acordados os termos para contratação de auditoria externa independente bem como de adoção de medidas para proteção de pessoas e meio ambiente, nos moldes dos acordos já celebrados”, destacou a promotoria em nota.

    Com a confirmação do termo relacionado à mina barragem B5, subiu para 20 o número de minas que a Vale deve manter monitoradas no Estado por meio de auditoras externas. Os dados coletados devem ser repassados aos órgãos oficiais.

    Segundo o MPMG, restam três complexos da companhia em Minas Gerais sem aderir aos acordos da promotoria. São eles: mina Água Limpa, em Rio Piracicaba, a 125 km de Belo Horizonte; e as minas Fábrica Nova e Del Rey, que ficam em Mariana, a 110 km da capital mineira.

    Trincas

    Após o R7 divulgar as denúncias sobre a situação do reservatório de Nova Lima, a ANM (Agência Nacional de Mineração) vistoriou o local, nesta terça-feira (17). Técnicos do órgão de fiscalização descartaram a presença de trincas.

    Segundo a equipe, o que há no talude são “irregularidades” devido a “motoqueiros que faziam da barragem uma pista de motocross”“Alguns resquícios dessas rodas de moto deixou o talude um pouco irregular, sem motivos para preocupação, mas a ANM já reiterou a necessidade da Vale intensificar um sistema de monitoramento de possíveis deslocamentos, verticais e horizontais, através de levantamento topográfico de precisão”, informou a ANM em nota.

    A própria Vale, no entanto, admitiu à reportagem na última semana a existência de trincas na estrutura que, segundo ela, “não vêm apresentando evolução nem comprometem a segurança”.

    “As trincas observadas na estrutura são provenientes de uma camada superficial compactada lançada sobre o talude de jusante. Já a origem das surgências está sendo investigada”, confirmou a mineradora sobre as falhas na estrutura.

    Veja a íntegra da nota da Vale sobre o acordo com o MP:

    “A Vale fechou acordo com o Ministério Público de Minas Gerais para contratação de auditoria independente que irá analisar a situação atual da Barragem 5 da Mina da Mutuca em Nova Lima. Com a conclusão das negociações, a medida passa agora para a fase de recolha de assinaturas das partes para ser implementada. A empresa contratada irá examinar o comportamento da barragem e acompanhar os eventuais trabalhos que poderão ser efetuados nela.

    A Vale reitera que B5 é uma barragem alteada para jusante e possui histórico de estabilidade. Atualmente, seu fator de segurança está adequado conforme último Relatório de Inspeção de Segurança Regular, elaborado por uma empresa independente em agosto de 2019, quando foi atestada a estabilidade da estrutura.

    A B5 é monitorada regularmente e, tanto visualmente, quanto em termos de pressão de água, demonstra estabilidade.

    A Agência Nacional de Mineração, após inspeções divulgou nota afirmando que “a barragem B5 não apresenta nenhuma anomalia estrutural relevante digna de preocupação da sociedade”. A nota ainda afirma que após duas “fiscalizações in loco, a ANM continuará acompanhando a estrutura de forma remota, conforme informações prestadas pela empresa ao Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM)”.”

    Fonte: R7.

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