sábado, 27 de abril de 2024
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    Mineração que transforma: Agronomia Sustentável mostra a força dos engenheiros no setor

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    Programa visitou a Terra da Opala, no Piauí, e também fez escala no Pará, mostrando como o trabalho de profissionais credenciados é essencial à indústria de base

    A cidade de Pedro II, no norte do Piauí, é conhecida como a Terra da Opala. A pedra foi descoberta na região no final da década de 1940 e conquistou o mundo nos anos seguintes. Para que a sua retirada cause o mínimo de impactos possível, o trabalho dos engenheiros na mineração é fundamental. Este foi o tema do 13º episódio da terceira temporada do programa Agronomia Sustentável.

    Assista aqui o programa:

    Localizada a pouco mais de 200 km da capital Teresina, Pedro II ostenta a maior fonte de opala a céu aberto do mundo, a Mina do Boi Morto, com 66 mil metros quadrados de área minerada. O Brasil e a Austrália são os únicos países do mundo a produzirem a pedra com o grau de luminosidade que a faz ser comercialmente desejada. O engenheiro de Minas Demóstenes Moreira conta que pelo processo hidrotermal, existe o aquecimento do magma com saída brusca da água em forma de vapor, formando um gel de sílica que, aglomerada a outros minerais, origina a joia semipreciosa.

    O trabalho de um engenheiro de Minas garante a segurança do garimpo. “Tem de deixar o garimpeiro em condições de viabilidade econômica, tendo uma atividade lucrativa, com respeito ao homem, sendo uma atividade socialmente justa e com respeito ao meio ambiente”, afirma Moreira.

    O engenheiro de Minas pode trabalhar com pesquisa mineral, lavra de mina, beneficiamento de minérios e desenvolvimento de novas tecnologias nas áreas de fertilização, petróleo, rochas ornamentais, construção civil, entre outras. Ao todo no país são 5.700 profissionais no ramo, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

    O garimpeiro José Ribamar Nunes destaca a importância da participação do especialista na atividade. “Depois de 2004, quando ele [Demóstenes Moreira] começou a acompanhar [o trabalho] não teve mais acidentes. Ele vem sempre acompanhando o nosso trabalho, o que ajuda muito”, conta.

    Joia de Opala

    Na época em que a extração da pedra começou no município, muitas empresas queriam expulsar os garimpeiros do local. Com a ideia de legalizar o trabalho, nasceu a Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II (COOGP), que ajudou a organizar toda a cadeia. Hoje são mais de 150 associados que têm à disposição equipamentos para utilizar nas minas sempre que necessário. O presidente da entidade, Antônio Almendra, conta como o trabalho é feito: “A gente avança e vai fechando o que ficou para trás, recuperando a área. Então temos de reflorestá-la com mudas nativas daquela região”.

    Muito além das joias

    O Brasil é reconhecido como um dos maiores produtores de minério do mundo, tendo, aproximadamente, 70 substâncias minerais diferentes, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM). Alumínio, cobre, estanho, ferro, manganês, nióbio, níquel e ouro correspondem a 98,6% do valor da produção mineral comercializada no país. 

    O geólogo é o responsável por dar início a todas as atividades de extração é o geólogo. “É um profissional que estuda a terra desde a sua formação, o processo de formação do nosso planeta e como ele pode servir à sociedade. Temos várias atividades, várias áreas de atuação dentro da geologia. O geólogo é o profissional que vai estudar, caracterizar, qualificar e quantificar, por exemplo, os recursos minerais de um país para serem usados a favor da sociedade”, explica o geólogo José Sidney Barros.

    De acordo com o Confea, o Brasil possui mais de 11.800 geólogos ativos. “A geologia está em nossa vida, no dia a dia, desde quando você acorda e durante todo o dia. Está em nossa cozinha, nos pratos, talheres, copos, no fogão, está no chip do computador, nas pinturas”, explica. Segundo ele, a profissão também envolve outras ocupações, como os agrônomos, topógrafos, geógrafos, engenheiros de Minas, entre outros.

    Em Capitão Gervásio Oliveira, a engenheira de Minas Maria Clara de Castro veio para trabalhar em projetos de exploração de níquel e cobalto em um complexo minero-industrial. “Eu estudo a formação geológica da jazida e determino quais são os melhores lugares para lavra, obedecendo sempre os padrões de segurança e controle de geotecnia, sempre tentando respeitar a comunidade na qual estamos envolvidos e o meio ambiente em que estamos inseridos, assim como os colaboradores envolvidos”, conta.

    O projeto tem previsão de produzir nos três anos que tem licença mais de 24 mil toneladas de níquel por ano e mais de mil tonelada de cobalto em produtos sólidos precipitados de alta pureza. “A mineração muitas vezes é vista com maus olhos por ser uma atividade degradadora, mas gosto sempre de dizer que a mineração é um serviço de base, então ela sustenta todas as outras indústrias”. Um dos produtos extraídos na atividade, por exemplo, é o níquel, utilizado nas baterias de carros elétricos, o que ajuda a reduzir o consumo de combustíveis fósseis no setor de transportes.

    Saindo do Piauí e indo para a região Norte, o Pará alcançou o primeiro lugar entre os estados exportadores de minério do Brasil. A supervisora de Pesquisa, Exploração e Supervisora de Qualidade em mineração, Welka Kelly Moreira, por exemplo, especifica como a atividade é essencial para o país: “A mineração é uma atividade essencial para a atividade moderna porque ela explora materiais que estão na natureza e os transforma em materiais úteis à sociedade, proporcionando desenvolvimento tecnológico e melhorando a vida das pessoas”, afirma.

    O próximo e último episódio da terceira temporada do Agronomia Sustentável vai focar nos profissionais que trabalham na diversificação das matrizes energéticas do Brasil. O programa é uma realização do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Mútua e Canal Rural e vai ao todos os sábados, às 9h (horário de Brasília), com reprises aos domingos, às 7h30.

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