sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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    RHI Magnesita acredita no Brasil e investe R$ 257 milhões

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    O maior complexo produtor de refratário do mundo está em Contagem (MG), onde a RHI Magnesita vai ampliar o parque. Em visita à rádio Super 91,7 FM e ao jornal O TEMPO, o presidente da empresa na América do Sul, Francisco Carrara, fala sobre os planos da multinacional.

    Qual é a presença da multinacional RHI Magnesita na produção de refratários, no número de unidades industriais e na geração de empregos no Brasil e em Minas Gerais?

    Somos o maior produtor de refratários do mundo. No Brasil temos as operações em Contagem (são dez fábricas) que formam o maior complexo produtor de refratário não somente do Brasil, mas do mundo. Hoje, geramos 5.550 empregos no Brasil, cerca de 3.000 em Minas Gerais.

    O que é o refratário, o produto que a RHI Magnesita faz?

    São produtos resistentes a altíssimas temperaturas, acima de 1.200ºC, usados em várias indústrias do aço, do alumínio, do cimento, do cobre. Então quase tudo o que se vê precisa do refratário para ser produzido. Um carro, por exemplo. São necessários cerca de 11 a 12 kg de refratário para produzir um carro. Sem ele, não teria. Numa indústria siderúrgica, o refratário é o que permite transformar o aço líquido, em alta temperatura, em um aço sólido, com toda a segurança operacional e também atendendo todos os requisitos que esse produto precisa para ser aplicado no nosso dia a dia.

    Como Contagem se posiciona para a empresa, já que a cidade tem dez plantas industriais e a companhia está fazendo o maior investimento global com R$ 257 milhões? Esse dinheiro vai ser usado em quê nas indústrias?

    Representa a modernização do parque industrial de Contagem para a indústria 4.0 pensando na perenidade dos nossos negócios em Minas Gerais, no Brasil e também para o mundo, porque exportamos a partir de Minas Gerais.

    Mas é para aumentar o volume de produção para atender um mercado crescente ou um mercado futuro?

    Preponderantemente, para modernizar o parque industrial nesta primeira fase. Consequentemente, vamos ter um aumento de produção em cerca de 14% a 15%. Mas pensando numa demanda futura, de novas necessidades que nossos clientes estão tendo.

    Como vocês vão preencher as vagas e o que estão pensando na adequação para a indústria 4.0?

    A necessidade do profissional do futuro exige uma requalificação do profissional atual. Já temos trabalhado com treinamentos internos. A mão de obra para esse tipo de produção, de modernização de fábrica, é diferente, e nosso compromisso é preparar esse profissional atual para essa demanda futura com requalificação.

    Vai haver uma redução no quadro de trabalhadores?

    É um profissional diferente que vai ser demandado. Nosso compromisso é com a requalificação desse profissional.

    Desde 2016, quando a Magnesita fez uma fusão com a austríaca RHI, existe um intercâmbio para troca de experiências?

    Sim, a nova companhia tem dois centros de pesquisas muito importantes, os maiores em pesquisa de refratários do mundo – um está na Áustria, em Leoben, e outro em Contagem. Treinamos nossos funcionários, além disso tem o centro de competência técnica. Para investir em Contagem, mandamos nossos engenheiros de Contagem para a Áustria, para a China, visitaram todas as nossas fábricas no mundo (35 unidades de produção e 70 escritórios ao redor do mundo com mais de 14 mil funcionários). E as melhores práticas são trazidas para esse projeto. Os engenheiros austríacos, europeus, e chineses vieram aqui e viram nossas necessidades. Constantemente, tem esse intercâmbio entre os profissionais da nossa companhia.

    Qual é o volume de produção em Contagem?

    Produzimos cerca de 370 mil toneladas de refratários. A maioria para o mercado interno. Exportamos 23% da nossa produção. Desses, 50% vão para a América do Norte, cerca de 30% para a América do Sul, 14% a 15% para a Europa, e o restante é pulverizado.

    Querem aumentar a a participação do mercado externo com o investimento ou visam ao reaquecimento da economia?

    Visando ao reaquecimento da economia e às novas necessidades. Estamos tentando agir à frente.

    Porque são fábricas da década de 40, não é?

    São, mas passaram por modernizações, e elas atendem plenamente nosso mercado. Mas estamos acreditando no futuro do Brasil, no futuro da América do Sul, e, consequentemente, vai ter um aumento do índice de exportação.

    Na geração de empregos, dá para pensar em novas vagas?

    No pico de obra devem ser gerados em torno de 470 empregos. Já demolimos quatro fornos antigos, para começar a construir uma nova área de moagem. Em janeiro, começamos com outras etapas das obras. Tem alguns equipamentos que serão importados, nosso objetivo é entregar a obra em 2021.

    Vocês estão construindo uma nova sede administrativa. Ela vai ficar em Contagem ou num novo local?

    A nova companhia tem um compromisso com a comunidade na qual ela atua. A sede da América do Sul vai ficar em Contagem, poderia ser em São Paulo, mas o objetivo é estar próximo à comunidade onde a gente atua. Isso é um valor para a gente. A nova companhia vai ser construída tendo como base a sede em Viena para trazer uma equidade de atuação e preparando para o profissional do futuro não somente na retenção dos talentos em Minas, mas na atração, e terá a redução de consumo energético de 30%. Ficará no complexo industrial de Contagem. Em dezembro de 2020, a gente pretende se mudar. A sede terá 15 mil metros quadrados e cerca de 600 colaboradores.

    Qual é o olhar da multinacional em relação ao Brasil sob um novo governo no país e em Minas Gerais? Confiantes?

    Superconfiantes. E não tem sinal melhor do que eles estão fazendo na prática, porque em setembro aprovamos esse investimento, é o maior da nova companhia. Fizemos uma reunião do conselho administrativo aqui no Brasil em maio. Então, foi a primeira vez que o conselho saiu e viajou. Então, eles entendem o Brasil e apostam no Brasil. Essa fusão, essa aquisição – o Brasil, a mina de Brumado (Bahia), o complexo industrial de Contagem –, tem um viés extremamente estratégico para a nova companhia e para a indústria nacional.

    Como fornecedores de grandes setores, vocês já perceberam o aumento de demanda no Brasil neste ano?

    Esperamos uma reação maior para o ano que vem. A confiança que nós temos nos clientes é total. Trabalhamos juntos para fazer parte, não como um fornecedor de refratário, mas como um parceiro que consegue fazer a diferença na cadeia produtiva dele.

    Fonte: O Tempo

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