quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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    SENSORIAMENTO REMOTO E A DESCOBERTA DE JAZIDAS MINERAIS

    Publicado em

    *Joaquim Farias

    O sensoriamento remoto é uma ferramenta poderosa que auxilia na identificação de novos alvos de prospecção mineral. As imagens de satélite podem ser utilizadas para a localização de jazidas minerais, reduzindo custos de prospecção e facilitando a indicação de alvos de perfuração.

    Os satélites modernos possuem resoluções capazes de identificar alvos para prospecção mineral utilizando a refletância dos minerais. Tal característica dos minerais tornam possível a identificação de zonas de alteração hidrotermal e concentrações anômalas, possibilitando o sensoriamento remoto.

    O uso de imagens multiespectrais registradas por satélites, têm-se mostrado como uma valiosa técnica para a extração dos dados destinados às várias aplicações de pesquisa de recursos naturais.

    A prospecção de campo com base em mapas geológicos e sondagem física do solo, já não são a única alternativa para a localização de jazidas minerais no planeta.

    Reservas de Esmeraldas no Estado do Tocantins (Dados Minesat)

    A evolução da capacidade de processamento dos computadores, aliados a evolução dos sensores remotos, permitem a criação de modelos em ambiente SIG (Sistemas de Informações Geográficas) capazes de localizar com precisão alvos de interesse geológico. O processamento das imagens na exploração mineral é de suma importância principalmente na etapa de prospecção mas também nas fases seguintes de modelagem dos depósitos.

    Imagem CCD de satélite sobre a região de Unaí, MG (Dados do INPE)

    O processamento de imagem, faz parte do cotidiano das empresas de exploração mineral por ser um excelente filtro de áreas potencialmente mineralizáveis. As imagens de satélite auxiliam na atuação de geólogos e engenheiros que trabalham no segmento de mineração, sendo uma excelente ferramenta de apoio, que reduz o tempo e o custo financeiro na identificação de ocorrências minerais, localização de vias de e planejamento de infraestrutura para a exploração mineral.

    Imagem do Vale do Paraíba, coletadas pelos sensores WFI e IRMSS (Dados do INPE)

    Os diversos tipos de sensores hoje disponíveis possibilitam a criação de MDE (Modelos Digitais de Elevação), mapeamento de estruturas geológicas, confecção de mapas pré-campo, identificação das formas de relevo e planejamento logístico.

    Distribuição espacial das águas nos períodos de cheia e vazante (Dados do INPE)

    A assinatura espectral é a característica de cada mineral refletir ou absorver a luz solar e podem ser registradas por sensores aerotransportados ou em órbita. Com o auxílio das diversas bibliotecas de assinaturas espectrais é possível identificar áreas anômalas de concentração de minerais ou grupos de minerais. Com base nessa técnica é possível reconhecer mudanças composicionais nos terrenos através da refletância dos minerais e da vegetação.

    Reservas de Manganês no estado de Roraima (Dados Minesat)

    Essa tecnologia moderna possui a capacidade de reconhecer diversos tipos de jazidas minerais através de técnicas de modelagem estatística.

    Através de equações matemáticas, é possível discriminar regiões enriquecidas em ferro, zinco, estanho e vários outros metais que podem se concentrar na superfície do terreno por causa do intemperismo apresentando depósitos reais destas substâncias tanto em superfície quanto no subsolo.

    Bolsão de diamantes na Calha do Rio Morto (Dados Minesat)

    Se tratando de diferentes comprimentos de ondas, a confecção de mapas é capaz de caracterizar os diferentes minerais de alteração relacionados a depósitos profundos, possibilitando assim o traçado de vetores, destas zonas de alteração, apontando as informações para os corpos mineralizados.

    Campo magnético e imagens hidrotermal de Tocantins / Araguaia (Dados CPRM)

    Também é possível utilizar dados geofísicos obtidos através de levantamentos aéreos complementando as informações provenientes dos satélites. Os produtos gerados a partir de levantamentos gravimétricos, de emissão de radiação (gama espectrometria) e magnéticos são tão amplamente usados quanto os dados anteriores e quase sempre são a prova de que há ou não um corpo possivelmente mineralizado na área.

    Com o desenvolvimento do software MINERAL SCAN PRO I (MSPI) da MINESAT, é possível relacionar certos tipos de cobertura vegetal com a presença de determinados minerais, portanto, as identificações dos minerais de algumas jazidas estão associadas a anomalias do solo e é possível que tais anomalias se reflitam no tipo de cobertura vegetal.

    Imagem da Represa Billings, em preto e branco, do sensor IRMSS para mapeamento de estruturas geológicas e levantamentos hidrogeológicos. Falhas e fraturas aparecem como feições lineares.

    O software MSPI realiza um processamento dos dados obtidos por um conjunto de satélites que utilizam ângulos diversos na captura de imagens, possibilitando a identificação da assinatura espectral de íons e variação dos pixels para posterior análise, podendo localizar novas jazidas minerais de forma remota.

    Imagem coletada com contraste na área de São José dos Campos (Dados INPE)

    As imagens recebidas dos satélites, também beneficia a geólogos, cientistas e gerentes de exploração, permitindo a interpretação do comprimento de ondas através de Infravermelho próximo, infravermelho de ondas curtas e infravermelho termal na identificação da diferença de características estruturais na superfície terrestre que não podem ser vistos pelo olho humano. O software MSPI, atribui a cada mineral uma fórmula molecular específica, que resulta na localização de ocorrências minerais com precisão.

    “Todas as sondagens são caras, mas as mais caras são aquelas que não foram feitas”.  F. Ottman – G. Lahuec.

    *Joaquim Farias

    MINESAT PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA LTDA – www.minesat.com.br

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