segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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    Jacobina: o Himalaia brasileiro

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    Região é composta por diversas serras que formam uma cadeia montanhosa semelhante às cordilheiras asiáticas

    Desde 2015, foram registrados 178 abalos sísmicos na Bahia, sendo que 22 eventos ocorreram na região de Jacobina. Isso equivale a 12% dos eventos do estado, onde a recorrência é em torno de 4 a cada ano.  As informações são do Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pelo Observatório Sismológico de Brasília (SIS/UnB). No mundo, segundo a United States Geological Survey, são registrados mais de 800.000 por ano.

    “A rede sismográfica é composta por 100 estações em todo o Brasil e isso existe de forma integrada há pouco mais de 10 anos. Para realizar o monitoramento na região nordeste, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte conta com 19 estações operadas pelo Laboratório Sismológico – LabSis. Eventos acima de magnitude 1,5 mR são registrados e divulgados sistematicamente por meio de boletins”, explica Aderson Farias do Nascimento, coordenador do LabSis. O LabSis foi criado com o intuito de monitorar a atividade sísmica em toda a região Nordeste do Brasil. Esse trabalho é desenvolvido através da instalação de estações sismográficas em áreas nas quais há uma atividade a ser estudada. Também são feitas visitas periódicas ao campo para manutenção das estações e coleta de dados.

    As magnitudes registradas durante os últimos seis anos na Bahia, não ultrapassam 4,6 mR, sendo que, na região de Jacobina, esses microssismos não ultrapassam 3,2 mR, ou seja, seus impactos não causam danos e nem comprometem a segurança, nem mesmo de construções frágeis. Em sua grande maioria, os abalos nessas magnitudes nem são percebidos pela população.

    De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Geologia (Núcleo Bahia – Sergipe), Jacobina está assentada sobre terrenos geológicos de bilhões de anos, no interior de uma placa continental (Sul-Americana). As rochas mais jovens foram formadas durante o soerguimento de uma cadeia de montanhas semelhante ao Himalaia, cuja serra de Jacobina é a sua expressão atual. Por isso é comum a existência de microssismos quando comparado com regiões situadas em bordas de placas continentais mas com intensidades bastantes variáveis, porém, suficientes para gerar danos materiais para a população como os que aconteceram recentemente na região de Amargosa e no Recôncavo Baiano. Este ano, seis tremores de terra ocorreram nessas regiões da Bahia.

    O Engenheiro de Minas, Ubirajara Lira Júnior, possui formação técnica em geologia e é especialista em monitoramento sísmico. Desde o início deste ano ele está prestando serviços de consultoria em sismologia para a JMC Yamana Gold junto com mais dois especialistas. O objetivo é monitorar e estudar com maior detalhamento os impactos dos abalos sísmicos que vem ocorrendo na região norte da Bahia, bem como o levantamento das áreas de riscos sísmicos e suas consequências.

    O trabalho do engenheiro consiste em quatro etapas: definição dos locais de monitoramento, instalação dos sismógrafos que farão o monitoramento 24h, análise dos relatórios periódicos e conclusão dos estudos.

    Inicialmente foram instalados dois sismógrafos de engenharia, um a jusante e outro a montante da barragem de rejeitos da JMC Yamana Gold para se obter informações, em tempo real, na detecção e medição de tremores de terra. Os estudos apontaram a necessidade de colocação de mais dois sismógrafos para ampliar o monitoramento das fontes de vibração em todas as direções norte, sul, leste e oeste da barragem, além de possibilitar a avaliação do comportamento das ondas sísmicas em sua estrutura. “Um dos pontos importantes a ser estudado é a condição geológica onde está localizada a barragem e verificamos que ela está instalada sobre o embasamento do complexo Maíri, local de maior estabilidade do ponto de vista tectônico da região”, comenta Ubirajara Lira.

    “Eu e uma equipe de geólogos fomos convidados pela JMC Yamana Gold para estudar o comportamento neotectônico da região de Jacobina e assim conseguiremos chegar a uma fundamentação técnica para os recorrentes abalos sísmicos”, explica Ubirajara que afirma ser muito cedo para se ter conclusões a respeito dos tremores anunciados pelo Laboratório de Sismologia da UFRN. “Os registros captados pelos sismógrafos que nós instalamos na barragem são de valores insignificantes quando comparados aos limites preconizados em normas nacionais e internacionais”, finaliza.

    Histórico

    A cidade de Jacobina está em uma região serrana e que historicamente teve poucos registros de tremores de terra devido a inexistência de tecnologia e instrumentos de medição até o final do Século XX. De acordo com Carlos Uchôa, geólogo, professor de geologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e um dos especialistas à frente do trabalho de sismologia na JMC Yamana Gold, o crescimento do número de registros não significa que a quantidade de tremores aumentou mas que, “além do avanço tecnológico da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), as informações hoje em dia são veiculadas com muito mais rapidez por conta da facilidade de acesso à internet e às redes sociais”. Para ele, conhecer as zonas sísmicas ativas é importante para identificar as causas dos terremotos e projetar o tempo de recorrência e as possíveis magnitudes, baseado nos relatos históricos, nos dados instrumentais e nos estudos de campo.

    Barragens

    A JMC Yamana Gold conta com duas barragens. A Barragem B1 operou até o ano de 2010. Atualmente, a B1 está em obra de fechamento para atendimento ao Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), e consequentemente a descaracterização da barragem junto ao Órgão Ambiental. A Barragem B2 começou a ser implementada em 2008 e iniciou sua operação em 2010. Atualmente, encontra-se em obra da 1ª etapa da 5ª Fase de alteamento. A crista atual está na cota 605m e altura máxima de 92m.

    As barragens da JMC Yamana Gold estão sujeitas a um robusto, moderno e sofisticado sistema de gestão de estruturas de armazenamento de rejeitos de mineração, levando em conta as melhores práticas internacionais. Elas operam com níveis de segurança superiores aos valores mínimos requeridos em norma.

    Yamana Gold

    A Yamana Gold é uma empresa global de mineração, que emprega mais de 7 mil pessoas nas Américas. A companhia trabalha de forma inteligente, descobrindo e transformando recursos de ouro do mundo em valor e respeitando o meio ambiente e as comunidades onde está inserida. No Brasil, a Yamana possui uma unidade, a Jacobina Mineração e Comércio, localizada na Bahia. Em 2021, foi reconhecida pelo 2º ano consecutivo como o melhor lugar para se trabalhar (premiação “Great Place to Work”) e vem prestando importantes apoios à Jacobina e região, sobretudo no Combate ao COVID19 e seus efeitos.  A abordagem segura e sustentável do negócio é um valor fundamental da atuação da empresa.

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