O ouro fechou em queda, apesar dos temores quanto ao avanço mundial do coronavírus. Para analistas, as incertezas em relação à demanda da China, maior comprador do metal precioso, podem ofuscar o caráter de reserva de segurança da commodity, que costuma encarecer em tempos de aversão ao risco.
O contrato do ouro para abril fechou em baixa de 0,42%, em US$ 1.643,10 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O tom de cautela continuou a predominar nos mercados globais nesta quarta-feira, à medida que o coronavírus se espalha pelo mundo. Desde ontem, Brasil, Argélia e Croácia confirmaram os primeiros casos da doença, levando o total de países com infectados a 40.
Na Europa, a Itália segue como principal foco de preocupação, com 400 pessoas diagnosticadas com o vírus e 12 mortes. A comissária de Saúde da União Europeia, Stella Kyriakides, afirmou que os integrantes do bloco devem estar prontos para a disseminação do surto, mas alertou contra “medidas ineficientes e desproporcionais”, como o fechamento de fronteiras.
Já nos Estados Unidos, onde o 15º caso foi confirmado hoje, uma fonte da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) disse que o vírus está à beira de se tornar uma pandemia, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha afirmado que ainda é cedo para tal declaração.
Apesar do cenário, o ouro operou em território negativo durante toda a sessão, corrigindo os robustos ganhos registrados no início da semana, quando chegou a se aproximar da marca de US$ 1.700 a onça-troy. “Há uma correção, apesar do clima de aversão ao risco”, explica o Swissquote.
Na avaliação da corretora Zaner Metals, o movimento pode indicar dúvidas quanto à demanda da China. “Os investidores podem estar receosos em relação a um possível revés na demanda física chinesa pelo ouro”, ressalta.
Fonte: IstoÉ Dinheiro