O presidente Lula retorna à Bolívia na terça (9/7), na primeira visita oficial de terceiro mandato, acompanhado de uma agenda pública e privada de interesse no mercado brasileiro de gás natural.
A viagem estava prevista antes da tentativa de golpe sofrida por Luís Arce, mas ganha novos contornos com o agravamento da crise política interna do país. Lula chega ao país na noite desta segunda (8/7), após reunião do Mercosul no Paraguai. A Bolívia de Arce está aderindo ao bloco econômico.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, integra a comitiva. Bem como agentes privados que buscam gás natural na Bolívia para atender ao mercado industrial brasileiro, além de executivos envolvidos na tentativa de importar pelo Gasbol o gás natural de Vaca Muerta, na Argentina.
Javier Milei se recusou a participar do encontro do Mercosul. O presidente argentino nunca se encontrou com Lula, apesar dos interesses comerciais em comum, e preferiu participar de um evento internacional que reuniu nomes da direita em Santa Catarina.
Aqui e na Bolívia, a esperança é que os interesses comerciais falem mais alto. “Não vai ser nenhum arrombo político que vai impedir o diálogo com os irmãos e irmãs argentinos”, disse Silveira, na semana passada.
Agora vai? O que se busca, mais uma vez, é o “choque de oferta gás”, que não ocorreu com o crescimento da produção nacional, puxada pelo pré-sal. A diplomacia dos países tem buscado favorecer os encontros, que envolvem lideranças das províncias produtoras argentinas e as estatais de lá e cá, com YPFB e Petrobras sentadas às mesas de negociações.
Dinamismo. As comercializadoras independentes de gás natural ainda não conseguiram se firmar no mercado, mas aos poucos esse grupo de empresas começa a se movimentar para entrar no jogo.
Escala. O mercado voluntário de biometano será suficiente para que a indústria do gás renovável cresça nos próximos anos, mas a comercialização do biocombustível só ganhará escala, de fato, com políticas públicas de incentivo ao setor, como o Combustível do Futuro, defende o diretor de Engenharia e Implantação da Orizon VR, Jorge Elias.
FONTE: EPBR