As máquinas começam a dominar uma mina gigante de cobre no Chile e já respondem por cerca de um terço da força de trabalho da proprietária Codelco, que enfrenta o desafio de manter a liderança na produção mundial do metal.
A Codelco inaugurou oficialmente as operações subterrâneas em sua centenária mina Chuquicamata na quarta-feira. O projeto de US$ 5,5 bilhões é a primeira iniciativa de vários bilhões de dólares da estatal para modernizar as atividades de mineração a fim de aumentar a produtividade. A produção da mina caiu para 1,68 milhão de toneladas no ano passado em relação ao volume de 1,73 milhão um ano antes, devido à queda das reservas de minério de maior teor.
Cerca de 1.700 postos de trabalho serão eliminados no projeto Chuquicamata com a transferência das operações a céu aberto para a mineração subterrânea. A mudança é considerada necessária, pois a estatal tem como objetivo acessar minério de maior teor através de túneis sob o poço para evitar uma queda na produção nos próximos anos.
“As reformas nunca foram indolores, mas devemos fazê-las”, disse o presidente da Codelco, Nelson Pizarro, em discurso durante a inauguração. “A transformação digital é nossa aliada, a única coisa que pode nos ajudar a satisfazer os requisitos ambientais, reduzir custos e ter empatia pelas comunidades.”.
A mina subterrânea usará correias para transportar o mineral. Vai precisar de menos motoristas de caminhão e trabalhadores com habilidades diferentes. A mina a céu aberto será fechada no fim de 2020.
Os funcionários não vão deixar a empresa sem lutar. Em julho, cerca de 3.200 operadores de máquinas e trabalhadores de manutenção de Chuquicamata fizeram uma greve de 14 dias. Os sindicatos exigiram mais poder de voz na transição subterrânea e benefícios de aposentadoria para pessoas que não terão emprego na nova mina. O acordo alcançado no final da disputa trabalhista incluiu garantias de que a Codelco fornecerá seguro de saúde para mineiros depois que se aposentarem.
A Chuquicamata subterrânea é uma mina que utilizará o método de escavação em blocos para extrair o mineral. O método, também implementado pela Freeport-McMoRan em sua mina Grasberg, na Indonésia, é mais eficiente e mais barato que do que a mineração subterrânea tradicional. O método reduzirá o consumo de combustível em 80%, e a automação aumentará a produtividade dos trabalhadores em 40%.
“A mineração será um grande negócio apenas para aqueles que estão dispostos a mudar”, disse Pizarro. “Após 104 anos de atividade ininterrupta, a maior mina a céu aberto do mundo se transforma em uma das mais modernas minas subterrâneas do planeta.”.
Fonte: UOL Economia