Depois da carta compromisso para maior inclusão das mulheres na mineração, apresentada durante a realização da convenção PDAC, no Canadá, o movimento Women in Mining Brasil lançou oficialmente, no último dia 15 de abril, seu Plano de Ação para o avanço das mulheres na indústria de mineração brasileira.
Conforme explica Patrícia Procópio, presidente do WIM Brasil, o movimento Women in Mining já existe há muitos anos em vários países onde a mineração tem bastante expressão. As inspirações mais diretas para a edição brasileira vieram do Canadá e do Reino Unido. Aqui, a proposta é construir um novo olhar para o setor mineral brasileiro, de respeito às mulheres em todos os níveis da organização e em todas as áreas de atuação; de estímulo aos ambientes de trabalho inclusivos e diversos; e de participação das mulheres como fonte de expertise técnica, excelência operacional, inovação para promoção da indústria global para um futuro sustentável.
Presente ao lançamento, Evelyne Coulombe, Cônsul Geral do Canadá no Rio de Janeiro, salientou que o Canadá e o Brasil têm muito em comum – “somos dois gigantes na mineração, atividade que responde por uma parte importante da nossa economia. Mais de 50 empresas canadenses atuam na mineração no Brasil, das quais 20 delas na parte de exploração, assim como há forte presença de empresas brasileiras de mineração no Canadá”. Evelyne ressaltou ainda que no Canadá já existe uma política de igualdade de gênero e de inclusão das mulheres em todos os setores da sociedade e que estudos mostram os benefícios de ter mais mulheres na liderança das empresas, como a obtenção de maiores retornos financeiros, mais atração e retenção de talentos, inovação e criatividade, além de mais benefícios nas áreas de saúde e segurança e maior produtividade.
Jamile Cruz, diretora de Relações Internacionais do WIM Brasil, explicou que a base do plano brasileiro vem do Plano de Ação do Canadá, publicado em 2016, criado com o objetivo de desafiar a indústria canadense a executar ações significativas para incluir ativamente mais mulheres e alcançar os benefícios de uma maior diversidade. “Ao invés de mudar as mulheres, o foco das empresas deve estar em mudar seus sistemas para incluir mais mulheres. A indústria mineral brasileira vive essa necessidade de renovação, de criar uma base rica de recursos com capacidade e liderança, de superar o nível de desempenho atual em saúde, segurança e bem-estar e de crescer a confiança da sociedade e acionistas nesse setor”, considerou Jamile.
O plano é baseado em oito estratégias:
- Práticas inclusivas para oportunidades de carreiras
- Ambientes de trabalho seguros do ponto de vista físico e psicológico
- Habilidade de conciliar trabalho e compromissos pessoais
- Sinais e símbolos de inclusão de gênero na cultura e no local de trabalho
- Uma indústria que é imã de talentos
- Diversidade de fornecedores – contratação de empresas lideradas por mulheres
- Investimento nas mulheres presentes nas comunidades
- Desenvolvimento de talentos para o futuro.
Jamile lembra que, atualmente, 13% dos funcionários das mineradoras brasileiras são mulheres. Ou seja, há muito espaço para a contratação de mais mulheres no setor. Para facilitar o entendimento de cada estratégia, o movimento lista alguns passos, como: a descrição do desafio, porque a mudança é necessária, as ações que irão ajudar na implementação da estratégia e exemplos de boas práticas. O download do Plano de Ação pode ser feito no endereço: https://bit.ly/2xzpE9F.
Fonte: Brasil Mineral.