Com a intenção de atingir a autossuficiência em geração de energia, a Vale (VALE3) está em negociações com a Cemig (CMIG4) para a compra da participação da estatal na Aliança Energia, empresa que são sócias. De acordo com o Valor Econômico, a mineradora já teria contratado o Santander (SANB11) para ser seu assessor financeiro na transação.
Como a notícia já havia sido divulgada durante a tarde de ontem, as ações da Cemig registravam queda de 0,20% a R$ 15,31, por volta das 12h32, depois dos ganhos de 2,81% da véspera. Já os papéis da Vale sobem 1,36% a R$ 56,05.
Criada em 2015, a Aliança é uma joint venture para geração e comercialização de energia, com 55% de participação da Vale e 45% da Cemig. De acordo com o jornal, a fatia estatal está avaliada em, no mínimo, R$ 2 bilhões, que é o preço de referência quando a empresa foi criada.
O Valor destaca que além de contribuir para a autossuficiência da Vale, a operação também é boa no programa de desinvestimento da Cemig, que busca levar caixa e caminha para uma privatização.
Na semana passada, a publicação informou que a Cemig contratou o Bank of America para vender sua participação de 21,7% na transmissora Taesa (TAEE11), avaliada em cerca de R$ 2,3 bilhões.
A Aliança tem sete usinas hidrelétricas em Minas Gerais e um complexo eólico no Ceará, totalizando 1.257 megawatts de potência instalada. Ela gera anualmente mais de 3 mil gigawatt/hora (GWh) e vende o dobro disso. Em dezembro, a companhia anunciou dois novos parques eólicos – o Projeto Gravier, no Ceará, e o Complexo Eólico Acauã, no Rio Grande do Norte -, que somarão investimento de R$ 784 milhões.
A XP Investimentos aponta que, com base nos múltiplos de geradoras de energia de e cobertura (7,0x-8,0x EV/ EBITDA), a estimativa é de um valor total da Aliança entre R$3,70 bilhões e R$4,21 bilhões, o que implica um valor de R$1,66 bilhões a R$1,89 bilhões para a participação da Cemig.
Para os analistas, isso implica um impacto por ação após o pagamento de impostos sobre o ganho de capital na venda entre R$0,12 e R$0,20 para as ações da Cemig. Se concretizada, seria a iniciativa como ligeiramente positiva para a redução do endividamento da Cemig e simplificação da estrutura do grupo.
Por outro lado, eles entendem como complexa a execução da privatização da companhia por dificuldades de articulação política no Estado de Minas Gerais, razão pela qual a recomendação é Neutra na Cemig com preço-alvo de R$16/ação.
Fonte: MoneyTimes.