O investimento de empresas brasileiras no exterior somou US$ 14,7 bilhões no ano passado, uma queda de 31% em relação a 2017, quando os aportes de companhias nacionais tinham somado US$ 21,3 bilhões. Segundo a Fundação Dom Cabral (FDC), que realizou o Estudo Global Latam, levantamento sobre a América Latina encomendado pelo governo da Espanha, o resultado sofreu forte impacto das eleições brasileiras em 2018, que deixaram os empresários mais cautelosos em relação a investimentos em moeda estrangeira.
Entre as empresas brasileiras, a mineradora Vale lidera os projetos internacionais. Em 2018, a companhia anunciou o relançamento de um grande projeto de mineração de níquel no Canadá, em um investimento que, sozinho, vai consumir US$ 2 bilhões. No total, a companhia investiu US$ 2,8 bilhões fora do Brasil em 2018.
Entre outros casos de empresas brasileiras de sucesso lá fora, o levantamento cita Petrobrás (petróleo), Iochpe-Maxion (fabricante de autopeças), Marcopolo (carrocerias de caminhões e ônibus) e Magnesita (mineradora), além das gigantes dos alimentos Minerva, BRF e Marfrig. Entre os nomes emergentes na atuação internacional, o estudo enumera a Natura (cosméticos), a Embraer (fabricante de aeronaves) e a Stefanini (tecnologia).
Entre 2003 e 2019, o país com o maior número de projetos de empresas brasileiras foram os Estados Unidos, com um total de 207. Entre os principais destinos de investimentos brasileiros destacam-se também Argentina (2.ª posição, com 108 projetos de investimento) e Colômbia (3.º lugar, com 59 investimentos diretos).
De forma geral, aponta a Fundação Dom Cabral, o investimento estrangeiro das empresas nacionais parece sentir claro impacto das turbulências internas da economia e da política. O levantamento mostra essa flutuação em vários anos das últimas duas décadas, sendo o caso mais evidente o de 2015, quando o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve uma retração de 3,6%. Naquele ano, a queda em relação a 2014 foi de quase 85% (veja quadro ao lado).
Fonte: Seu Dinheiro