A Vale (VALE3) informou nesta quinta-feira que espera receber as autorizações necessárias para retomar ainda no primeiro trimestre as operações na unidade de Timbopeba, em Minas Gerais, usando processamento a seco.
A paralisação de unidades em Minas, incluindo Timbopeba, ocorreu como consequência de uma revisão de processos de segurança que se seguiu ao desastre de Brumadinho, em janeiro do ano passado, que matou mais de 250 pessoas.
A mineradora disse ainda que as atividades de processamento a úmido em Timbopeba devem ser retomadas somente no quatro trimestre, após a conclusão da instalação de um duto para disposição de rejeitos em cava.
A companhia disse, contudo, que “alternativas estão em avaliação para antecipar o uso de processamento a úmido” em Timbopeba.
As atualizações foram divulgadas juntamente com os resultados do quarto trimestre, no qual a companhia teve prejuízos de 1,56 bilhão de dólares, com impacto do desastre de Brumadinho e outras baixas contábeis em ativos no exterior.
Timbopeba está dentro do plano da empresa de retomar a capacidade de produção de aproximadamente 40 milhões de toneladas ao ano, volume este que inclui outras unidades.
A meta é retomar uma produção adicional de 15 milhões de toneladas/ano em 2020 e 25 milhões de toneladas/ano em 2021, “uma vez que (a empresa) já alcançou diversos marcos e que o trabalho para os demais está em andamento, enquanto conversas com a ANM (Agência Nacional de Mineração), o MPMG (Ministério Público-MG) e as empresas de auditoria externa estão progredindo”.
A retomada da operação de Fábrica é esperada no segundo trimestre de 2020. “Primeiramente, é necessário executar testes de vibração para certificar a ausência de impacto nas estruturas do site, cuja realização depende da aprovação da ANM e de auditoria externa do MPMG”.
A Vale espera operar no local utilizando o método de processamento a úmido, com a disposição de rejeitos na barragem de Forquilha V, a partir do terceiro trimestre.
Já a retomada da planta de pelotização de Vargem Grande é esperada para o terceiro trimestre.
“O pellet feed para produção de pelotas será provido pela planta de beneficiamento do site, o que exigirá a disposição de rejeitos na barragem de Maravilhas I e na pilha de estéril Cianita até o start-up da barragem de Maravilhas III, previsto para o quarto trimestre.”
Em Minas, a Vale ainda opera com sua maior mina, Brucutu, em capacidade inferior ao total, após decidir suspender temporariamente em dezembro de 2019 o descarte de rejeitos na barragem de Laranjeiras.
Sendo assim, a Vale disse que até pelo menos o final de março de 2020 a planta de Brucutu operará com cerca de 40% de sua capacidade.
O impacto da suspensão temporária foi estimado em 1,5 milhão de toneladas por mês, aproximadamente.
Fonte: Money Times