Planta na cidade de Itinga deve gerar 440 mil toneladas até 2022, e principal destino será a China
A produção de concentrado de lítio da Sigma Mineração, no Vale do Jequitinhonha, que deve chegar a 440 mil toneladas por ano, vai corresponder a cerca de 85% do mercado nacional.
A China será o principal consumidor da planta, que começará a ser construída no primeiro trimestre do próximo ano, em Itinga, já com planos de verticalização: o objetivo é produzir, no futuro, carbonato ou hidróxido de lítio, a primeira fase da fabricação de baterias.
A estimativa de investimento é de R$ 500 milhões no projeto. Na primeira etapa, após a inauguração, em meados de 2021, serão produzidas 220 mil toneladas de concentrado de lítio por ano, o equivalente a 70% da produção nacional, segundo o diretor de sustentabilidade da Sigma, Itamar Resende.
“Logo que concluirmos a primeira fase, com o processo já estabilizado e o mercado sendo atendido, havendo espaço para expansão, vamos imediatamente trabalhar para 440 mil toneladas por ano. Calculamos que em um ano, no máximo, vamos iniciar a segunda fase”, afirmou, em entrevista concedida durante a Exposibram, no Expominas, na capital mineira.
“Dessa forma, a empresa se posiciona como uma das principais fornecedoras de concentrado de lítio do mercado mundial”, disse Resende.
A Sigma já obteve as licenças prévia e de instalação e, atualmente, está executando a parte de engenharia detalhada e buscando financiamento. A companhia firmou um acordo com a japonesa Mitsui, que vai ficar com um terço da produção anual e aportou US$ 30 milhões, que permitem o início da implantação do projeto.
“Para complementar, estamos trabalhando em outras frentes de financiamento, estimamos US$ 90 milhões na primeira fase”, explicou Resende.
Planta vai gerar até 750 empregos diretos
Cerca de 500 empregos diretos devem ser gerados na etapa inicial, e, na segunda, mais 250, aproximadamente. Segundo o diretor, a mão de obra local será priorizada.
Estimativas de mercado apontam que os recursos aplicados na planta devem alcançar R$ 1 bilhão, considerando os aportes previstos de terceirizadas. “Uma empresa como a nossa sempre atrai um grande número de atividades indiretas. Estimamos que, a cada funcionário direto, teremos pelo menos sete indiretos. Isso significa uma mudança muito grande no Jequitinhonha”, diz.
Segundo Resende, a verticalização da produção é um objetivo da Sigma. “O grande sonho não só da nossa empresa, mas de todos os produtores de concentrado de lítio no Brasil, é chegar pelo menos na primeira fase do processo da fabricação da bateria, que é a produção do carbonato ou hidróxido de lítio, mas o próximo passo é ter uma mina bem-feita, capaz de produzir quantidade e qualidade com longevidade e competitividade”, afirma.
Ele diz que as reservas que a Sigma possui atualmente, em Itinga e Araçuaí, são suficientes para cerca de 20 anos, mas novas reservas serão pesquisadas.
O mercado chinês, abastecido especialmente pela Austrália, será o principal destino da produção, devido aos incentivos dados aos veículos elétricos. Segundo Resende, a China tem 176 produtores do modelo.
Fonte: O Tempo