A Vale evita fazer projeções públicas sobre os preços do minério de ferro. O argumento da empresa é que quem faz preço é o mercado. Mas, para 2020, o Itaú BBA trabalha, por exemplo, com uma faixa entre US$ 75 a US$ 80 para o preço do minério de ferro.
Em 2019, o preço médio do minério com 62% de teor de ferro no mercado à vista da China ficou em US$ 93 por tonelada, 34% acima da média de US$ 69,5 por tonelada de 2018.
O Itaú estima que as vendas da Vale possam ficar entre 330 milhões e 335 milhões de toneladas de minério de ferro este ano, acima da projeção do banco para 2019 (310 milhões de toneladas comercializadas).
Daniel Sasson, analista de mineração e siderurgia do banco, diz que, embora haja dúvidas sobre a sustentabilidade dos preços, a Vale deve gerar “caixa forte” em 2020 mesmo com preços de mercado inferiores aos de 2019.
A estimativa do banco é que, no ano passado, a Vale possa ter gerado um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 18 bilhões — excetuando-se a provisão de US$ 6 bilhões para Brumadinho —, acima, portanto, dos US$ 16,6 bilhões de 2018.
Os números contábeis da Vale no ano passado serão conhecidos em 20 de fevereiro, quando a empresa divulgar o balanço do quarto trimestre de 2019.
No ano passado, o aumento nos preços mais do que compensou a perda de volumes.
Em 2020, mesmo com preços menores, a Vale deve ter situação confortável, considerando-se a dívida baixa (US$ 5,3 bilhões em setembro) e o fato do preço de equilíbrio ser de US$ 30 a US$ 35 por tonelada para o minério de ferro posto na China.
Fonte: Valor Investe