A Vale está avançando com iniciativas de reutilização de materiais de rejeitos, em um esforço para reduzir uma das principais preocupações da empresa, ao iniciar a produção em escala industrial de areia sustentável usando rejeitos em sua mina de Viga, em Congonhas, Minas Gerais.
A empresa atualmente tem capacidade para processar e tratar 200 mil toneladas de rejeitos de minério de ferro por ano e espera produzir 80 mil toneladas de areia em 2022, elevando a produção para 185 mil toneladas em 2023.
Esta produção é um dos planos da empresa para reduzir o uso de barragens de rejeitos em suas operações em Minas Gerais. O material pode substituir a areia natural, extraída dos leitos dos rios, com amplas aplicações no mercado da construção civil.
“Devido às características geológicas da mina e à tecnologia de processamento mineral aplicada, desenvolvemos uma areia mais grossa, com baixa presença de partículas finas no material, e alto teor de pureza, tendo em sua composição entre 89% e 98% de sílica e menos de 7% de ferro”, disse Jean Menezes, gerente de operações da planta da mina de Viga, em comunicado à imprensa.
A mina de Viga é a segunda unidade da Vale a fabricar areia sustentável em escala industrial. A primeira foi a mina Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, também em Minas Gerais, que processou 250 mil toneladas de rejeitos no ano passado.
A empresa espera que a produção de areia atinja 1 milhão de toneladas este ano, dobrando esse volume em 2023.
Barragens de rejeitos são um tema altamente sensível no Brasil, especialmente para a Vale.
O Brasil teve dois grandes desastres causados por barragens de rejeitos desmoronadas nos últimos anos. Em 2015, uma de propriedade da produtora de pelotas de minério de ferro Samarco – joint venture entre Vale e BHP – se rompeu em Mariana, Minas Gerais. A segunda ocorreu em 2019 em Brumadinho, em uma mina de minério de ferro de propriedade da Vale. Juntos, os desastres causaram cerca de 300 mortes e levaram a uma grave poluição ambiental.