quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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    Vale anuncia “briquete verde” que pode reduzir em até 10% emissões de CO2 de clientes da siderurgia

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    A VALE S.A.  (“Vale”) apresenta hoje, durante reunião virtual com analistas de mercado, um novo produto, desenvolvido pela empresa ao longo de quase 20 anos, que poderá reduzir em até 10%  a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na produção de aço de seus clientes siderúrgicos. O “briquete verde” é formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes, que inclui em sua composição areia proveniente do tratamento de rejeitos de mineração, e é capaz de resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar. A redução de GEE ocorre porque o produto permite ao siderurgista reduzir a dependência da sinterização, processo anterior à produção do aço no qual há a aglomeração do fino de minério de ferro (sinter feed).     

    A sinterização demanda o uso intensivo de combustíveis fósseis para o alcance de uma temperatura de processo em torno de 1.300 oC. Já o briquete da Vale é considerado um aglomerado a frio, no qual não ocorre queima, mas uma cura a uma temperatura entre 200 e 250 oC, demandando menos energia. O produto reduz ainda a emissão de particulados e de gases como dióxido de enxofre (SOX) e o óxido de nitrogênio (NOX), além de dispensar o uso da água na sua produção. 

    O “briquete verde” está incluído na estratégia da Vale de reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3, relativas à cadeia de valor, até 2035. Em números absolutos, o compromisso de redução soma 90 milhões de toneladas de carbono equivalente (MtCO2e), volume igual às emissões de energia do Chile de 2018, ano-base usado na meta de escopo 31. Hoje, 98% das emissões totais da Vale são relativas à sua cadeia de fornecedores e clientes.

    “O ‘briquete verde’ faz parte da linha de evolução dos produtos de minério de ferro oferecidos pela Vale ao longo de sua história, resultado de investimentos expressivos em pesquisa e inovação. Até os anos 1960, nosso produto básico era o granulado de alto teor de ferro, o lump. Com a queda da oferta do lump, implantamos as primeiras usinas de pelotização no Brasil, que permitiram o aproveitamento do minério fino (pellet feed) e seguem sendo importantes para a cadeia siderúrgica. Agora, temos o ‘briquete verde’, que vai revolucionar o processo de produção do aço”, explica o vice-presidente executivo de Ferrosos, Marcello Spinelli.

    A produção do “briquete verde” será, inicialmente, realizada nas usinas 1 e 2 de pelotização, na Unidade Tubarão, em Vitória (ES), que estão sendo convertidas para este fim; e no Complexo de Vargem Grande, em Minas Gerais, onde está sendo instalada uma nova planta. A capacidade inicial de produção é de aproximadamente 7 milhões de toneladas por ano. O start up da  operação das três plantas é previsto para 2023. O investimento nas mesmas soma US$ 185 milhões. A estimativa é de que, no longo prazo, a companhia tenha capacidade para produzir acima de 50 milhões de toneladas por ano2 de “briquete verde”, o que levaria a um potencial de redução de emissão superior a 6 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano (MtCo2e/ano) com uso da tecnologia.

    O novo produto começou a ser desenvolvido em 2004 por pesquisadores da então Gerência de Tecnologia de Ferrosos da Vale, em Vitória (ES). Em 2008, a gerência foi absorvida pelo Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF), em Nova Lima (MG), onde continuaram os estudos sobre o briquete. O CTF é uma unidade de pesquisa de alto nível e foi criado pela companhia com função de desenvolver produtos que melhorem o desempenho dos processos industriais dos clientes siderúrgicos da Vale.

    Os primeiros testes industriais ocorreram em 2019 em forno a carvão vegetal. Em 2020, foram realizados testes em forno a coque de grande escala. “A partir dos resultados satisfatórios, consideramos que estávamos prontos para iniciar a construção das primeiras plantas para lançar o produto comercialmente”, afirma o diretor de Marketing de Ferrosos, Rogerio Nogueira. 

    Desde que anunciou a meta de escopo 3, a Vale vem formalizando parcerias com clientes siderúrgicos para discutir projetos de descarbonização. Em memorando de entendimento (MoU) firmado com a Ternium, no último dia 19 de agosto, por exemplo, foi acordado o início dos estudos técnicos e econômicos para avaliar a viabilidade da construção de uma planta de “briquete verde” localizada nas instalações da siderúrgica no Brasil. 

    Como parte do plano de atendimento de sua meta de escopo 3, a Vale também está investindo na concentração magnética a seco de minérios de baixo teor – o Fines Dry Magnetic Separation (FDMS) – e em soluções sustentáveis de insumo rico para a produção de aço tanto em aciarias elétricas como em alto-forno de siderúrgicas integradas.

    Net Zero

    A meta de redução de escopo 3 faz parte da estratégia da Vale de zerar suas emissões líquidas de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2050. Para isso, a empresa vai investir entre US$ 4 e US$ 6 bilhões para reduzir em 33% essas emissões até 2030. É o maior investimento já comprometido pela indústria da mineração para o combate às mudanças climáticas. As emissões residuais serão neutralizadas por mecanismos de compensação. Todas as metas de redução de emissões da Vale estão alinhadas com a ambição do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global abaixo de 2º C até o fim do século.

    1 Os dados das emissões de energia do Chile são da Agência Internacional de Energia.

    2 Estimativa sujeita a confirmação através de estudos de viabilidade, aprovações internas de novos projetos e condições de mercado.

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