O presidente da Usiminas, Sergio Leite, disse hoje, durante a teleconferência com analistas de mercado, que a dívida líquida atual da companhia é de R$ 5 bilhões, considerando a variação cambial.
“Em 2017, quando renegociamos a nossa dívida, ela estava em R$ 6,9 bilhões. Conseguimos reduzir em mais ou menos 20% dentro do prazo de carência, que era de 3 anos”, disse Leite.
Segundo ele, a Usiminas conseguiu ter um respiro de quatro anos no pagamento da dívida com a emissão de debêntures de R$ 2 bilhões. “Reduzimos o custo da dívida e teremos mais quatro anos sem amortizar.”
Com essa gestão da dívida, Leite disse que a companhia terminou o terceiro trimestre com a maior posição de caixa dos últimos cinco trimestres. No período, a Usiminas estava com R$ 1,82 bilhão.
O executivo afirmou, também, que o terceiro trimestre foi recorde nas vendas de minério de ferro — 2,5 milhões de toneladas.
“Anualizando esse volume, chegamos a 10 milhões de toneladas o que é bem positivo para a Usiminas. Assumimos o compromisso com os funcionários de trabalhar fortemente para melhorar os nossos resultados”, disse o executivo.
Preços de aço
Ainda durante a teleconferência de resultados, o diretor comercial da Usiminas, Miguel Camejo, disse que a tonelada de aço vendido pela empresa no país deve sofrer reajuste de 5% no quarto trimestre.
“Tem espaço para esse aumento em função da elevação dos custos e da variação cambial no ano”, afirmou o executivo.
Segundo ele, a Usiminas começará as negociações com as montadoras instaladas no país para os contratos de fornecimento de aço no próximo ano. “Esses acordos devem refletir o aumento dos custos durante o ano”, ressaltou Camejo.
Camejo espera que o consumo aparente de aço no próximo ano cresça 4%. “Estimamos um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 em 2% e considerando que a indústria deve recompor os estoques e assim aumentar a produção, o consumo deve ser melhor que este ano. Mas, vai depender do desempenho da economia do país.”
Reforma de forno
Para atender o crescimento do consumo interno, a Usiminas vai reformar o seu alto-forno 3, o maior da companhia na usina de Ipatinga (MG) no próximo ano. A expectativa, segundo o diretor de relações com investidores, Alberto Ono, é que a parada do equipamento aconteça entre 110 a 120 dias. A companhia vai investir nesse projeto R$ 1,23 bilhão.
Ono disse também que a Usiminas deve ter uma decisão sobre os investimentos em uma nova linha de galvanizados em 12 meses.
“Ainda estamos em fase de estudos. Temos que definir o desenho desse projeto. Se atenderá o setor automotivo, mas com flexibilidade para fornecer para outros setores, como o de construção civil que está aumentando o consumo desse tipo de aço. Assim, pode haver espaço para substituição de exportações”, afirmou o executivo acrescentando que a companhia deverá investir em 2020 R$ 1 bilhão. “Temos uma recuperação nos níveis de investimento neste ano e no próximo.”
Fonte: Valor Investe