Pluralidade de pensamentos. Nada mais rico dentro de uma organização. E eles dão resultado a partir da diversidade e inclusão nas empresas. Posicionamento que deve ser almejado por beneficiar não só a sociedade, mas por agregar valor ao negócio. Ainda que no Brasil os índices de desigualdades sejam alarmantes, prova disso é que a maior parte das companhias reflete essa triste realidade, há movimentos, tem visões e, principalmente, iniciativas de grandes corporações que investem na mudança e são modelos para que outras se inspirem e sigam o mesmo caminho.
Hoje, pensar em diversidade em um negócio é avaliar de que forma a organização pode se posicionar em sociedade e colher os frutos que essa estratégia oferece. Priorizá-la nas empresas não é mais uma opção, é necessidade.
Com visão inovadora, a Usiminas, empresa do setor siderúrgico, dá importante passo em seu programa de diversidade e inclusão ao referendar três pactos sobre o tema em 2019. Durante encontro de líderes, com cerca de 420 lideranças da companhia presentes, o presidente Sergio Leite assinou a adesão formal da empresa ao Women Empowerment Principles (WEPS) ou Princípios de Empoderamento das Mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU), ao “Fórum Empresas e Direitos LGBTI+” e ao “Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero”.
Sergio Leite reafirma que esses são importantes avanços na meta da empresa com relação à diversidade e à inclusão. No entanto, reconhece que a Usiminas ainda tem um longo caminho a percorrer: “Mas esses marcos devem ser celebrados por reforçarem a nossa determinação e compromisso com o respeito a todas as pessoas”. Para ele, “os pactos que assinamos são de grande relevância no que diz respeito a três pilares do nosso Programa de Diversidade e Inclusão: equidade de gênero, LGBTI , raça e etnia. Seguimos atentos às novas oportunidades de nos posicionarmos formalmente também nos nossos pilares de pessoas com deficiência e gerações”, acrescenta.
Gerações
O presidente da Usiminas destaca que desde 2018, quando a siderúrgica voltou a apresentar resultados sustentáveis e retornou a uma situação de normalidade, “entramos numa fase de concentrar esforços em busca da perenização da companhia. E, para isso, não há outro caminho que não o de nos tornamos uma organização diversa e inovadora”. Sergio Leite lembra que, “historicamente, temos como parte do DNA a diversidade de etnias, até mesmo em função do perfil dos nossos principais acionistas, composto, principalmente, por japoneses e ítalo-argentinos. Hoje, não há mais dúvida de que a diversidade e a inclusão, além de todos os outros benefícios, contribuem para tornar a empresa mais inovadora”.
Com essa visão, no início de 2019, Sergio Leite enfatiza que “olhamos para nossa cultura e para a realidade encontrada na sociedade e percebemos que ainda há uma baixa representatividade dos grupos de mulheres, LGBTQI , pessoas negras e com deficiência na companhia e vimos que era também importante focarmos nesses pilares. Além disso, trouxemos também o pilar ‘Gerações’, considerando que temos profissionais muito sêniores na Usiminas, com um vasto conhecimento técnico, que se torna um patrimônio valioso para ser compartilhado com as novas gerações que chegam à empresa”.
Mas o presidente lembra que “apesar da ainda baixa representatividade desses grupos, está determinado a mudar esse quadro na Usiminas. “Já percebemos avanços no que diz respeito às nossas estatísticas internas, no engajamento das lideranças e no clima interno da companhia.”
Colaboradores
Sergio Leite avisa que a palavra de ordem na Usiminas é respeito. “Independentemente das crenças e culturas individuais, respeitar é obrigação de todos. O primeiro grande passo que demos este ano foi a criação do Programa de diversidade e inclusão seguido da implantação de ‘Grupos de afinidade’, formados por colaboradores voluntários e liderados pelos vice-presidentes e pelo CEO. No momento, esses grupos estão construindo planos de ações que devem envolver os demais colaboradores da empresa. Em outra frente, estamos investindo em planos de formação e treinamentos presenciais e on-line para sensibilizar cada vez mais o público interno para este tema. A diversidade tem sido objeto de diferentes campanhas e ações internas. Mas, é um processo contínuo de aprendizagem, que envolve respeito, inclusão e acolhimento.”
A Usiminas também trabalha para maior inclusão de colaboradores PCD: “As pessoas com deficiência estão em todas as áreas da companhia. Como todas as empresas, enfrentamos diversos desafios para incluí-las e capacitá-las, mas elas têm tido nossa atenção. A partir de meados do ano, passamos a desenvolver uma grande campanha de atração e inclusão desse público nas nossas redes sociais, participamos de feiras de recrutamento e adotamos esse olhar, inclusive, nos eventos promovidos pela própria empresa. Entre outros resultados dessas iniciativas, conseguimos realizar 29 contratações de pessoas com deficiência. Recentemente, iniciamos um projeto-piloto envolvendo um curso de mecânico hidráulico para PCDs em Cubatão, na Baixada Santista, com 15 participantes. O objetivo é absorver o máximo possível esses profissionais”.
Para Sergio Leite, a adesão formal da Usiminas ao WEPS da ONU representa diversos ganhos para a empresa: “Primeiro, a oportunidade de os profissionais terem acesso às informações e dados que vão auxiliar e orientar nossas ações afirmativas, nos permitindo avançar nesse tema. Segundo, que a adesão ao pacto estabelece um compromisso externo da companhia e interno das nossas lideranças com a diversidade e inclusão, contribuindo para uma maior maturidade de toda a equipe. Os WEP’s funcionam como uma consultoria extremamente qualificada para apoiar as organizações nas estratégias internas”.
Desafios e conquistas
O caminho é longo. Sergio Leite reconhece que há desafios pela frente: “A diversidade e a inclusão são temas que não se restringem apenas ao ambiente interno das empresas. Eles acabam por refletir também o que as pessoas trazem de casa e do viés inconsciente de cada um. Além de todas as iniciativas corporativas, é necessário também romper e desconstruir padrões mentais formados ao longo de muitos anos e isso, eventualmente, foge ao controle das empresas. De qualquer forma, nosso objetivo é trabalhar sempre buscando o respeito e a conscientização das pessoas para que, a partir disso, possam amadurecer e avançar no entendimento da importância do tema de maneira mais geral”.
Por outro lado, as conquistas e mudanças implementadas dentro da Usiminas já têm efeito e são percebidas dentro da organização: “Embora sejam iniciativas relativamente recentes, a série de ações tomadas ao longo deste ano já nos trouxe inúmeros retornos positivos. Há claramente um favorecimento do clima interno, percebemos disposição das pessoas para a inovação e o ambiente vem se tornando mais colaborativo. Entre outras conquistas, conseguimos avanços práticos como a viabilização de salas de aleitamento materno e a ampliação do período de licença-maternidade, que foi estendido em 20 dias neste ano e chegará a 60 dias em 2021. Essas e outras iniciativas fazem com que nossos profissionais se sintam mais valorizados e com isso conseguimos maior retenção de talentos e maior engajamento interno”.
Detalhes sobre cada um dos pactos assinados pela Usiminas:
– Women Empowerment Principles (WEPS) da ONU
Lista sete princípios produzidos e disseminados pelas Nações Unidas para que a comunidade empresarial possa incorporar em seus negócios valores e práticas para a promoção da igualdade entre homens e mulheres, além de promover o empoderamento econômico e liderança das mulheres como base para o crescimento sustentável, inclusivo e equitativo. No Brasil, 291 empresas são signatárias desse pacto e mais de 2.600 em nível mundial.
– Fórum empresas e direitos LGBTI
Movimento empresarial que reúne as grandes companhias em torno de compromissos relacionados ao respeito e à promoção dos direitos humanos LGBTI . Por meio desse pacto, as empresas signatárias devem cumprir 10 compromissos no relacionamento com seus públicos (clientes, colaboradores, acionistas, comunidade, entre outros) para que juntos possam influenciar positivamente o ambiente empresarial e a sociedade.
– Coalizão empresarial para a equidade racial e de gênero
Dá enfoque à eliminação da discriminação racial e igualdade de oportunidades efetiva entre homens e mulheres, considerando o papel das empresas de estimular a inserção econômica e promover o desenvolvimento econômico inclusivo e equânime, com vistas à superação de desigualdades historicamente estabelecidas.
Fonte: Estado de Minas