Um projeto europeu pretende lançar as bases da mina do futuro graças às novas tecnologias. Num futuro próximo as minas terão drones e veículos autónomos comandados à distância com base numa rede 5G.
Mais precisamente, o projeto europeu Sims visa criar as condições para relançar a atividade mineira, adaptando-a às exigências do mundo atual, nomeadamente ao nível do ambiente e da segurança laboral.
Mais automação e mais drones
“Trata-se de usar drones e de não ter pessoas em sítios perigosos na mina. Trata-se de usar veículos elétricos em vez de veículos a gasóleo, o que significa que vamos emitir menos CO2 e menos gases com efeito de estufa. Trata-se ainda de aumentar o nível de automação, o que significa que teremos um elevado nível de atividade sem precisarmos de muito interação humana”, explicou à euronews Jenny Greberg, professora de Engenharia de Minas, da Universidade de Tecnologia de Lulea, na Suécia.
O impacto da tecnologia 5G
O uso de drones permite executar as tarefas de forma mais rápida e segura. Uma máquina comandada à distância pode avaliar a mina poucos minutos após a fase da explosão. Normalmente, um trabalhador tem de esperar quatro horas antes de aceder ao local por razões de segurança.
“O drone possui vários sensores que inspecionam o espaço à volta e uma câmara que regista as informações visuais. Para ver tudo o que se passa é preciso uma câmara com muita luz porque estamos num ambiente completamente escuro”, contou Dariusy Kominiak, investigador sueco.
Um dos pilares da revolução tecnológica que promete transformar as minas é a tecnologia 5G. Graças a uma ligação mais poderosa, será possível comandar à distância veículos autónomos.
O projeto europeu Sims está a ser desenvolvido em parceria com consórcios mineiros e empresas de tecnologia e maquinaria.
“Queremos usar debaixo de terra, todas as tecnologias atuais como a ligação à internet que temos nos nossos telemóveis e queremos que isso funcione numa mina, não apenas para permitir a comunicação entre pessoas ou a consulta da Internet mas também para operar o controlo remoto de grandes máquinas ligadas a sensores. Precisamos de um sistema fiável e rápido que possa enviar-nos informações em tempo real”, explicou Tomas Jonsson, especialista em redes de comunicação da Ericsson.
Visualizar a mina graças à Realidade Virtual
O desenvolvimento de uma aplicação de Realidade Virtual que permite simular o que se passa no interior da mina é outro dos objetivos do projeto europeu.
“A Realidade Virtual é muito importante a dois níveis, em primeiro lugar, ao nível da educação e da formação. O maior benefício é a possibilidade de aprendizagem ao nível de toda a sociedade. A mina poderá chegar às pessoas, enquanto atualmente as pessoas não podem ir à mina. Este sistema permite aos operadores saberem o que se passa nas diferentes partes da mina”, disse Niclas Dahlstrom, gestor de projetos da Universidade Tecnológica de Lulea.
Atualmente, a Europa consome 20% dos metais e minerais existentes no mundo mas produz apenas três por cento desses materiais. As populações são cada vez mais avessas à extração mineira por razões ambientais e de saúde.
Fonte: EuroNews.