A Nth Cycle, uma startup dos Estados Unidos, desenvolveu um método de reutilização de metais que transforma os componentes em materiais recicláveis utilizados em baterias elétricas. A proposta da companhia é reaproveitar minerais presentes críticos presentes nos eletrônicos para dar sobrevida aos componentes, reduzindo o lixo eletrônico.
Com tecnologia desenvolvida nas universidades de Yale e Harvard, a Nth Cycle recebeu financiamento de US$ 3,2 milhões numa rodada de captação de recursos coordenada pela Clean Energy Ventures. A startup trabalhará tanto em métodos de reaproveitamento quanto de extração sustentável para geração de energia limpa.
O objetivo da startup também é de competitividade: hoje, a maioria da extração de componentes de baterias elétricas é dominada pelo mercado chinês. Ao reaproveitar materiais, a Nth Cycle espera reduzir o impacto ambiental enquanto modifica a vida útil dos componentes.
“Nós sabemos que minerar mais, e gerar pilhas de rejeitos maiores e mais largas vai contra nossa luta para salvar o planeta”, afirma Megan O’Connor, a presidente da Nth Cycle. “Não podemos deixar que os problemas na cadeia de fornecimento ou a dominância da China nos materiais críticos atrasem a transição para energia limpa.”
Startup utiliza extração à base elétrica para reciclagem
“As tecnologias necessárias para quebrarem celulares, ímãs e veículos elétricos em componentes básicos existem hoje. Mas, os processos incumbentes que transformam esses materiais em minerais críticos ao nível de produção são velhos, poluentes e caros”, afirma a presidente.
Até então, o processo de reaproveitamento era feito através de pirometalurgia ou hidrometalurgia, o que terminava em recuperar os minérios, porém gerava ainda mais poluição. Ambos os processos, de cinco décadas atrás, faziam a ideia de baterias elétricas recicláveis um processo distante.
Segundo O’Connor, a empresa contorna isso através de uma nova tecnologia — a eletro-extração. “É uma tecnologia limpa e modular usada para recuperar, com consistência, minerais críticos de lixo eletrônico e resíduos de mineração de baixa qualidade usando apenas eletricidade”, afirma.
O’Connor afirma que a extração à base de eletricidade renovaria o uso dos metais de maneira limpa e por tempo indeterminado, e que pode ser aplicada tanto na reciclagem quanto na extração. “Nós podemos ir aos campos de mineração com nossa tecnologia de eletro-extração e trabalhar com eles no local”, garante a presidente.