A destinação dos rejeitos de minério de ferro tem sido amplamente discutida, se tornando ponto chave para uma mineração mais segura e sustentável.
Rejeito é o que sobra quando se usa água para separar o minério de ferro do material extraído. Se depender de Romero Camargos, fundador da Laminatus, esse resíduo descartado já tem destino certo: a construção civil.
“No nosso processo, a ideia é usar o produto por inteiro, sem separar nada. Teremos o acréscimo do cimento e outros químicos para chegar no produto final, mas sem desperdiçar nada da matéria-prima principal, que é o rejeito”, explica o engenheiro. Há mais de 30 anos no setor, Romero criou a empresa exclusivamente para participar do Mining Hub, projeto que reúne os players de um mesmo setor interessados em trabalhar de forma conjunta para desenvolver soluções a desaos estratégicos e operacionais comuns às suas operações, e tem a missão de gerar inovação aplicada aos desaos da mineração industrial.
A Laminatus cou entre as 18 empresas selecionadas pelo projeto, dentre as 230 que se candidataram, sendo a única com o propósito de utilizar o rejeito da mineração na construção civil. De acordo com o empresário, estudos feitos em universidades como a UFMG, UFOP e UFLA demostraram que o produto, após ensaios realizados, possui condições para utilização nas diversas áreas da construção. O próximo passo é fazer testes em sua aplicação. “É um processo inovador no país, não tem ninguém fazendo igual”, afirma.
Além do preço nal, que será mais barato, uma vez que o rejeito é gratuito, o uso do material na construção vai possibilitar que populações mais carentes possam adquirir uma moradia com preços mais justos. “As construções vão obedecer as normas de segurança como qualquer outra. A população mais carente poderá adquirir suas casas e ter uma moradia digna”, finaliza Romero.
A Laminatus é uma spin-off pertencente ao grupo Lâminus Engenharia. Localizada no Distrito Industrial II de Santa Luzia, atua na área da construção civil desde 2007.
Fonte: FIEMG