A situação das barragens de rejeitos de mineração não é descaso apenas em Minas Gerais, onde duas tragédias recentes mancham a história de Mariana e Brumadinho. Sim, nós também temos barragens, e eram 35, pois uma se rompeu em Machadinho D’Oeste. E quantas outras existem pelo extenso Brasil, colocando em risco pessoas e muitas, além dos impactos ao meio ambiente?
Em 4 de fevereiro deste ano, o Diário publicou que o relatório apresentado pela ANA (Agência Nacional de Águas) apontava e recomendava fiscalizações dos órgãos competentes, em que das 35 barragens existentes no estado, 22 estavam classificadas com alto potencial de dano. Publicamos e não houve ação para evitar o rompimento que poderia ter sido uma tragédia como em Minas Gerais.
Ainda há tempo para ações rápidas e determinantes no sentido de conhecer e providenciar meios que possam garantir a segurança de quem está à jusante dessas barragens. Outras 15 barragens estão na classe de alto risco, o que causaria danos impactantes em Rondônia, onde segunda a ANA, existem 3.386 barragens de utilidades diversas. É muita água represada sem que saibamos quais as condições de segurança.
Após o rompimento da barragem de rejeito de cassiterita em Machadinho, houve movimentação imediata em Rondônia. Sedam e Ibama foram ao local fazer levantamentos de impactos, o Ministério Público abriu ação para apurar, e mais recente a Assembléia Legislativa demonstrou que deverá abrir uma Comissão Especial Temporária de Segurança e Prevenção de Desastres em Barragens para fazer estudos e acompanhar as fiscalizações.
Todas essas ações são pertinentes e devem seguir à risco conforme seus objetivos para apurar esse caso, e evitar que novos desastres ocorram. Dessa vez foi sem vitima fatal, apesar de que não há conclusão quanto a risco de contaminação da água do rio Belém, de onde sai a água consumida pela população de Machadinho.
São muitas barragens que precisam ser fiscalizadas e não foi informado se existem técnicos e equipamentos para tamanho serviço. Que seja feito dentro das especificidades técnicas que requer esse tipo de estudo para que os rondonienses não sofram a dor que os mineiros sentiram, e que não vivamos os medos que muitos vivem sabendo que estão abaixo de uma barragem de segurança incerta e não sabida.
Fonte: DIÁRIO DA AMAZÔNIA