A pesquisa e o desenvolvimento foram fundamentais para levar o Brasil a liderar a produção mundial de nióbio, segundo o diretor do Departamento de Tecnologias Estruturantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jorge Campagnolo. Ele participou, no último dia 5, da abertura do seminário “Liderança Brasileira na Cadeia Produtiva do Nióbio”, em Brasília.
“O nióbio representa um caso atípico, em que houve o desenvolvimento da cadeia desde a mineração até o produto final. Há muita pesquisa e desenvolvimento nesse processo”, reforçou Jorge Campagnolo. Segundo ele, o exemplo do nióbio deveria ser replicado para outros minerais. “Com investimento em P, D & I o Brasil pode ser referência mundial em produção e exportação de bens, insumos, processos e produtos no setor mineral.”
O Brasil responde, hoje, por cerca de 90% da produção mundial de nióbio, metal usado para deixar o aço ainda mais forte e resistente. O nióbio é um metal que apresenta aplicações em diversos segmentos industriais, tais como: indústria de alta tecnologia, petróleo e gás, mecânica, automobilística, aeroespacial, construção civil e siderurgia.
O seminário abordou temas como um panorama atual do mercado, reservas e produção do nióbio em todo o mundo, além dos desafios e novos desenvolvimentos de aplicações do mineral em produtos de tecnologia avançada. O evento foi promovido em parceria pelo MCTIC, Ministério das Minas e Energia (MME), Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Potencial
Para o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na conjuntura atual é crucial repensar o setor de mineração e as formas de atrair e reter investimentos. “A mineração sempre foi e será um vetor primordial de progresso e sinônimo de desenvolvimento. Não há como se pensar em um país melhor sem a participação desse setor.”
O secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, general Santa Rosa, disse que o setor mineral tem sido subestimado no país. Segundo ele, a mineração tem uma importância estratégica para a conjuntura econômica. “O nosso país precisa acordar para o potencial desse setor. É preciso integrar esforços. Temos um subsolo riquíssimo e só 30% do território brasileiro é mapeado.”
As maiores reservas ativas de nióbio, em torno de 98,4%, estão no Brasil. Na capital de Minas Gerais funciona a sede da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior produtora de nióbio do mundo. Somente na cidade mineira de Araxá, pode ter ao menos 842 milhões de toneladas disponíveis do metal, segundo estudos de especialistas.
Fonte: Mundo Lusíada.