A empresa, responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015, tem a expectativa de voltar a operar na cidade no segundo semestre de 2020.
A Samarco informou que terminou a primeira etapa das obras para voltar a minerar no Complexo de Germano, em Mariana, Região Central de Minas Gerais. A expectativa da mineradora é, caso consiga a licença de operação, retomar as atividades na cidade no segundo semestre de 2020.
As obras consistem na implantação de um sistema de disposição e tratamentos de rejeitos sem uso de barragem, como a de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015 dentro do complexo. A tragédia é considerada o maior desastre ambiental da história brasileira. Dezenove pessoas morreram. A empresa está com atividades suspensas na mina desde o rompimento.
De acordo com a empresa, o sistema novo vai usar a Cava Alegria Sul como depósito de rejeitos. A cava é o resultado da lavra usada para extrair o minério. Como a cava é uma estrutura sólida – como um grande buraco – ela será usada para depositar o rejeito após tratamento. A capacidade da cava é de 9,7 milhões m³.
No Complexo de Germano, 80% dos rejeitos da mineração é arenoso e os outros 20%, lama. No caso do arenoso, a empresa vai drenar a água e despejar o resíduo sólido na cava por empilhamento. Já a lama será despejada na cava e, após decantação, a água ficará na superfície e poderá ser reaproveitada no processo produtivo do minério após filtragem.
Este sistema, sem acúmulo de água e sem construção de uma estrutura como uma barragem, é mais seguro porque diminui o acúmulo de água. Além disso, não usa uma nova área para o despejo dos rejeitos.
A implantação deste sistema começou em outubro do ano passado e, segundo a Samarco, é acompanhada por auditoria independente.
Arte mostra como será o despejo de rejeitos de minério na Cava Alegria Sul, no Complexo de Germano, da Samarco, em Mariana — Foto: Samarco/Divulgação
A segunda etapa começou nesta quarta-feira (29). De acordo com a mineradora, agora começam a ser instalado o sistema de tubulação que vai levar o rejeito até a Cava Alegria Sul e também vai captar a água para reuso.
Após esta etapa, vai faltar a instalação da tampa de filtragem para a obra ficar completa para operar. Este sistema todo deve estar finalizado no segundo semestre de 2020.
Mas, para voltar a funcionar em Mariana, a Samarco precisa do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC), que é emitido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A secretaria faz, após análise técnica, um parecer único que tem que ser votado pelo Conselho de Políticas Ambientais (Copam).
De acordo com a Semad, só falta a aprovação da LOC para que a Samarco tenha o licenciamento completo para voltar a minerar em Mariana. A previsão é que a Câmara Técnica do Copam termine a análise e vote a licença ainda no primeiro semestre deste ano.
A Samarco informou que mantém um monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, as estruturas do Complexo Germano após o rompimento da barragem de Fundão.