A Polyus, maior mineradora de ouro da Rússia, disse que seu depósito inexplorado Sukhoi Log, na Sibéria, contém as maiores reservas do mundo.
Uma auditoria mostrou que o Sukhoi Log tem 40 milhões de onças de reservas comprovadas, segundo os padrões internacionais JORC, com teor médio de ouro de 2,3 gramas por tonelada, disse o diretor-presidente da empresa, Pavel Grachev. Isso significa que o campo – que responde por mais de 25% das reservas de ouro da Rússia – é maior do que o KSM Project da Seabridge Gold, no Canadá, e que o Donlin Gold, no Alasca.
“A estimativa das reservas é um marco importante no desenvolvimento do campo”, disse Grachev em entrevista de Moscou.
O Sukhoi Log, localizado na região isolada de Irkutsk da Sibéria, foi descoberto por geólogos soviéticos em 1961 e estudado na década de 1970. O governo há muito tempo considerava explorar o depósito e, em 2017, vendeu o campo em um leilão para a Polyus e uma parceira estatal, cuja participação foi comprada posteriormente pela mineradora.
A Polyus disse no início deste ano que teria como foco projetos menores e reduziria seu índice de endividamento nos próximos anos antes de desenvolver o campo. A empresa planeja anunciar detalhes sobre a produção esperada e o investimento no Sukhoi Log assim que um estudo de pré-viabilidade estiver pronto até o fim do ano. A empresa havia dito anteriormente que os custos poderiam somar US$ 2,5 bilhões, com produção anual total de cerca de 1,6 milhão de onças.
Embora o desenvolvimento de depósitos gigantes seja normalmente um processo longo e caro, o campo pode permitir que a Polyus aumente a produção anual em pelo menos 70%. Os preços do ouro aumentaram cerca de 60% desde a compra do campo e atingiram recorde em agosto, quando grandes quantidades de estímulo foram injetadas nas economias para aliviar os estragos da pandemia de coronavírus.
“Queremos mostrar que um projeto dessa qualidade e escala pode e deve ser realizado levando-se em consideração os melhores padrões ambientais, apesar do local de difícil acesso”, disse Grachev.
Por Yuliya Fedorinova
Fonte: Exame