Após o impacto do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em janeiro deste ano, a indústria mineira vem se recuperando a passos tímidos, conforme mostrou a pesquisa Indicadores Industriais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgada nesta quarta-feira (2). O estudo aponta um crescimento de 4,3% no faturamento da indústria mineira entre julho e agosto de 2019, mas o número é 9% menor em comparação a agosto de 2018.
O crescimento entre os meses de 2019 é atribuído, conforme explicou a analista de Estudos Econômicos da Fiemg Júlia Silper, à recuperação gradativa na indústria extrativa mineral. Em agosto, o setor aumentou em 51,9% seu faturamento real comparado a julho, mas recuou 18,5% na comparação a agosto de 2018. A outra indústria analisada, a de Transformação, também cresceu desde o mês passado (1,2%), mas caiu 8% em relação a 2019.
Segundo a especialista, a mineração representa uma indústria de base em Minas e é dela que parte uma cadeia. A posição também é apontada pelo presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, que declara que a expectativa é de crescimento para a indústria no Estado como um todo a partir da recuperação da atividade minerária. “A mineração por si só representa cerca de 15% do PIB [Produto Interno Bruto] de Minas, mas uma série de outros setores dependem do funcionamento dela para se manterem”, justificou.
Emprego
Além do faturamento, a pesquisa ainda analisou indicadores como Emprego, Horas Trabalhadas na Produção, Massa Salarial Real, Rendimento Médio Real e Utilização da Capacidade Instalada da indústria mineira. No apanhado que analisa o desempenho da indústria entre janeiro e agosto, os números mostram um desempenho que a federação classificou como fraco, onde somente o indicador Emprego registrou crescimento, o primeiro do período desde 2013. Apesar do número positivo, o crescimento no número de postos de trabalho deve seguir tímido e, segundo Júlia Silper, a curva deve acompanhar a recuperação da economia como um todo.
Questionada sobre a expectativa de contratações de fim de ano, a analista afirmou que o número deve ser parecido com o registrado em 2018. “A economia ainda está em processo de recuperação, a passos lentos, mas a liberação de parte do FGTS, a redução da taxa de juros e o aumento na concessão de crédito podem aquecer o consumo, o que demandaria mais produção na indústria, mas ainda não temos dados exatos sobre isso”, ponderou.
Fonte: Hoje em Dia