Aumento das preocupações com sustentabilidade faz muitas empresas investirem na criação de entidades; veja exemplos locais
O aumento das preocupações com uma atuação mais sustentável fez muitas empresas por todo o mundo investirem na criação de entidades para a promoção de uma atuação mais responsável. Entretanto, a Bahia tem o raro exemplo de uma fundação que tem uma empresa. A Fundação José Carvalho é acionista majoritária da Ferbasa, companhia que está entre as dez maiores empresas da Bahia, registrando uma produção de 510 mil toneladas de minério por ano. A maior parte dessa produção está concentrada no município de Andorinha, Centro-Oeste do estado.
Com um quadro de funcionários que supera os 4 mil trabalhadores, diretos e indiretos, a empresa tem investido tanto em projetos para aumentar a sua produtividade, quanto para continuar melhorando a vida das pessoas que estão ao seu redor. No Centro Norte, onde mantém 1,5 mil colaboradores, ela se destaca entre as principais empregadoras da região.
A Ferbasa é reconhecida por uma postura proativa quanto à melhoria do meio, dos impactos ambientais decorrentes de suas atividades e da mitigação das questões sociais que atrasam sensivelmente o desenvolvimento das localidades situadas no entorno das suas operações. Essas ações são consolidadas no seu programa de responsabilidade social, o Aqui Tem Ferbasa, que possui cinco linhas de atuação: Educação, Arte e Cultura, Desenvolvimento Rural e Comunitário, Esporte e Meio Ambiente. Em 2019, foram beneficiadas cerca de 130 mil pessoas de 27 municípios baianos.
No entanto, o principal destaque da atuação social da empresa está mesmo na sua composição acionária. A Fundação José Carvalho atende a cerca de 4.000 crianças e adolescentes carentes do interior do estado da Bahia, mantendo, com recursos próprios, seis escolas dedicadas à educação básica, duas delas voltadas à educação do campo.
Adicionalmente, inclui em sua plataforma de trabalho o desenvolvimento de outros projetos socioeducativos, concebidos sob diferentes linhagens.
A direção da empresa destaca a necessidade de transcender objetivos essenciais da iniciativa privada, como o lucro e a geração de empregos
O cuidado com o meio ambiente passa pela manutenção de uma unidade florestal que abrange uma área total de 64 mil hectares envolvendo nove municípios: Mata de São João, Entre Rios, Araçás, Cardeal da Silva, Esplanada, Conde, Maracás, Planaltino e Aramari. Esse total inclui 25 mil hectares de florestas renováveis de eucaliptos, cuja madeira é utilizada principalmente como matéria-prima na produção do biorredutor, usado nos fornos elétricos das fábricas de ligas.
Respeitando os preceitos de sustentabilidade, a manutenção das reservas de mata nativa vai além do determinado por lei, que exige um mínimo de 20% da área total – enquanto a Ferbasa mantém mais de 45% de área protegida, entre reserva legal e áreas de preservação permanente.
Sudoeste
Em Brumado, na região Sudoeste da Bahia, que vem se tornando a nova fronteira da mineração baiana, a RHI Magnesita opera uma das melhores e maiores minas de magnesita do mundo. O material, que é usado para a fabricação de refratários – revestimentos de fornos industriais – é apenas um dos produtos da empresa na região. “A RHI Magnesita está comprometida não somente com o desenvolvimento econômico. Temos também um forte compromisso ambiental e social das regiões onde atuamos”, destaca Francisco Carrara, presidente RHI Magnesita America do Sul.
Ao longo dos últimos anos, a empresa apoiou diversas iniciativas no município, por meio de investimentos sociais focados na promoção de educação, cultura e esportes, que somaram mais de R$ 2 milhões somente em 2019, beneficiando aproximadamente 6.000 pessoas.
Em Caetité, próxima a Brumado, o projeto Pedra de Ferro, da Bamin, vem trazendo impactos positivos para a região, antes mesmo do início da produção na mina. A empresa acredita que nos próximos 30 anos de operação terá a oportunidade de participar de uma transformação socioambiental da realidade local.
Nos processos da mina Pedra de Ferro, a maior parte da água utilizada será recuperada, voltando para o processo de beneficiamento para ser reutilizada. A outra parte seguirá limpa para o meio ambiente e irá contribuir para manter a disponibilidade de água ao longo de todo trecho do Córrego da Cachoeira e parte do Rio Grande. Esta água poderá ser utilizada pelas comunidades da região e, inclusive, ampliar a oferta de água.
Fonte: Correio*