sábado, 23 de novembro de 2024
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    Produção recorde de nióbio em 2019 posiciona o Brasil como líder mundial neste tipo de exploração

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    No Brasil, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração é portadora de mais de 90% das reservas de nióbio em atividades do mundo. Apesar de controlar 80% da oferta mundial, o Brasil não é o único país com reservas desse metal. A CBMM anunciou em 21 de novembro o investimento em empresa de Singapura dedicada a tecnologia do Grafeno.

    Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), além do Brasil, os outros dois países que participam do mercado global são o Canadá e Austrália. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), existem 85 jazidas quantificadas no mundo, incluindo Canadá , Austrália, Rússia, Estados Unidos e diversos países da África.

    Por várias vezes, nosso presidente Jair Bolsonaro  depôs com orgulho sobre esse tão desejado mineral, que durante viagem feita ao Japão no meio do ano, exibiu em vídeo uma correntinha e talheres de nióbio. Apesar das propagandas feitas pelo nosso presidente estar ajudando o metal a ganhar fama, o mercado ainda é muito restrito.

    A maior reserva de nióbio em operação do planeta, fica na cidade de Araxá, na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Só em Araxá, as reservas são estimadas em mais de 800 milhões de toneladas de minério, volume suficiente para garantir ainda mais de 100 anos de produção, mantida a atual demanda. Mas se forem considerados os depósitos minerários em rochas subterrâneas, a capacidade de exploração é estimada em mais de 400 anos.

    Mas além das reservas de Araxá, há produção de nióbio em Goiás e em pequenas quantidades no Amazonas e em Rondônia, além de reservas não exploradas em áreas indígenas.

    Atualmente, o nióbio que é produzido em Minas Gerais pela CBMM, é exportado para mais de 50 países, em maior potencial para atender empresas siderúrgicas.

    O G1 visitou maior reserva de nióbio em operação do planeta. Entenda a seguir para que serve, a sua importância para economia e como é explorado esse mineral extraído em Minas Gerais e tão abundante no nosso país.

    A exploração é toda feita a céu aberto, sem uso de explosivos, apenas com escavadeiras. A mineração é apenas uma das 15 etapas necessárias para se chegar aos produtos finais, que também incluem processos de concentração, refino (para redução de teores de fósforo e chumbo) e metalurgia.

    Do material que é retirado do solo, apenas uma fração, da ordem de 2,5%, é nióbio. Para cada 1 tonelada de minério extraído da mina, são produzidos apenas 15 kg de ferronióbio. O restante é encaminhado para barragens de rejeitos.

    Por dia, são produzidas cerca de 300 toneladas de produtos finais que saem do complexo industrial de Araxá em sacas, latas e cilindros, que variam de 10 kg a 2 toneladas. Cerca de 90% de tudo o que é produzido, tem como destino o exterior.

    O metal é  utilizado em maior escala na produção de aços especiais e superligas. O nióbio tem a função de “refinar”. Bastam apenas 400 gramas por tonelada para gerar aços mais leves e resistentes.

    O nióbio é vendido na forma da liga ferronióbio (com cerca de dois terços de teor de nióbio e um terço de ferro) e empregado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, navios, aparelhos de ressonância magnética, aceleradores de partículas, lentes e até piercings e bijuterias.

    De acordos com a Agência Nacional de Mineração (ANM), no Brasil, as exportações de produtos associados ao nióbio movimentam por ano cerca de R$ 2 bilhões, apesar de ser um valor muito abaixo por exemplo do minério de ferro, representando menos de 5% das vendas de substâncias metálicas para o exterior, o negócio tem se mostrado bastante lucrativo para a CBMM.

    Em 2018, o faturamento da empresa cresceu 55% e chegou a R$ 7,4 bilhões. O lucro em 2018 foi de R$ 2,7 bilhões, o que garantiu aos 2.000 funcionários um bônus de 6 salários extras adicionais no ano.

    Apesar de a CBMM ser a única empresa a explorar o nióbio em Araxá, o estado de Minas Gerais é dono de parte da mina e recebe uma parcela dos lucros da produção de nióbio, que por sua vez, apresenta dificuldades de caixa, e anunciou a intenção de privatizar a Codemig.

    Neste mês, o governo conseguiu aprovar um projeto de lei que autoriza a vender créditos da comercialização do nióbio entre 2020 e 2032, a fim de garantir o pagamento do 13º dos servidores e pôr fim ao parcelamento dos salários do funcionalismo por alguns meses.

    A CBMM afirma que fechará o ano com uma produção recorde de 110 mil toneladas de nióbio, ante um volume de 89 mil toneladas no ano passado, tendo como grandes desafios ampliar o mercado e o número de clientes pelo mundo e convencer mais clientes a adotarem um insumo que praticamente só é produzido no Brasil.

    Além da CBMM, os outros 2 produtores que atuam no mercado mundial são a canadense Niobec e chinesa CMOC, responsável pela extração de nióbio na mina de Catalão (GO).

    Fonte: Click Petróleo e Gás

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