quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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    Produção mineral da Bahia cresce mais de 50% no primeiro semestre

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    O setor mineral baiano vai registrar um aumento de mais de 53% em sua produção no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. A constatação foi feita com base nos dados divulgados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), e utilizados para um balanço semestral realizado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). A produção mineral bruta comercializada passou de R$ 3,7 bilhões, contra R$ 2,7 bilhões no período de 2020. O resultado coloca a Bahia em terceiro lugar no ranking nacional dos maiores produtores minerais, ficando atrás apenas de Minas Gerais e Pará.

    O bom resultado também representa um incremento de receitas para os municípios com produção mineral, que recebem 60% da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), a contribuição paga pelas mineradoras. Em Jaguarari, no norte do estado, por exemplo, esta contribuição no período cresceu 161%, indo de R$ 3,2 milhões em 2020 para R$ 8,5 milhões em 2021. Outro caso expressivo foi o de Caetité, cuja CFEM passou de R$ 72 mil para R$ 2,5 milhões. Um crescimento de 3500%. Os números foram coletados no dia 16 de junho e a expectativa é que com o fechamento do mês sejam ainda maiores.

    “Em bom português, podemos dizer que Caetité bombou! A melhor característica do dinheiro da CFEM é que ele é dinheiro novo. Ele não vem com restrições. O município pode identificar as áreas que estão precisando e utilizar o valor da melhor forma. Pode ser para educação, segurança, saúde, ou qualquer setor que for representar maior ganho para sua população.”, diz Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM.

    A mineração assegura insumos e impulsiona negócios para milhares de empresas de todos os portes e de praticamente todos os segmentos. A sua remuneração salarial média é duas vezes maior que a das indústrias de transformação, construção civil e chega a ser três vezes maior que a do comércio. O setor promove uma forte dinamização da economia na região onde se insere, pois demanda toda uma cadeia produtiva de suprimentos e insumos.

    Atualmente, a Bahia é o maior produtor brasileiro de barita, bentonita, cromo, diamante, magnesita, quartzo, salgema e talco; o segundo maior produtor de níquel; e o terceiro de cobre. É, ainda, o único produtor de vanádio e urânio do Brasil.

    TABELA 10 MUNICÍPIOS COM MAIOR CRESCIMENTO NA ARRECADAÇÃO DE CFEM

    Município  1 sem 2020  1 sem 2021  diferença %
    JAGUARARI
    R$     3.289.486,80
    R$     8.598.870,48
    R$   5.309.383,68
    161%
    ITAGIBÁ
    R$     4.217.488,86
    R$     9.155.041,41
    R$   4.937.552,55
    117%
    JUAZEIRO
    R$     3.651.917,03
    R$     8.574.505,65
    R$   4.922.588,62
    135%
    JACOBINA
    R$   10.000.691,81
    R$   12.806.870,89
    R$   2.806.179,08
    28%
    ANDORINHA
    R$     2.291.136,40
    R$     4.903.154,70
    R$   2.612.018,30
    114%
    CAETITÉ
    R$           72.397,11
    R$     2.598.533,45
    R$   2.526.136,34
    3489%
    CAMPO FORMOSO
    R$         282.809,06
    R$     1.704.606,91
    R$   1.421.797,85
    503%
    PARAMIRIM
    R$         146.206,75
    R$         541.481,23
    R$       395.274,48
    270%
    BARROCAS
    R$     3.826.306,81
    R$     3.964.099,87
    R$       137.793,06
    4%
    VERA CRUZ
    R$         627.154,07
    R$         740.672,77
    R$       113.518,70
    18%

    Nove vezes mais minério de ferro – Outro mineral que vem apresentando um crescimento significativo é o ferro, cuja produção cresceu quase 900% neste semestre, em relação ao ano passado. Boa parte desse aumento se deve à entrada da Bamin no mercado. A mineradora brasileira iniciou a operação comercial em janeiro e promete transformar a Bahia no terceiro maior estado produtor de minério de ferro do Brasil. Atualmente, os três estados que mais produzem o metal são Pará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

    “E nós estamos apenas raspando a superfície, a Bahia tem um potencial que vai muito além da Bamin”, afirma Eduardo Ledsham, presidente da mineradora.

    O projeto completo da Bamin conta com a conclusão do Porto Sul, em Ilhéus (BA), e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), cujo leilão foi vencido pela empresa, em 8 de abril deste ano. Os trilhos desta primeira etapa vão de Caetité ao Porto Sul e devem colocar a Bahia no seleto grupo de exportadores nacionais de minério de ferro, commodity que representa aproximadamente 4% do PIB brasileiro. Só a carga estimada pela mineradora deve ocupar um terço da capacidade da ferrovia.

    Logística determina produção mineral – Estudos realizados pela CBPM mostram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro, urânio e outros minerais. Na esteira da FIOL, a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos para oportunidades identificadas na região e, também, em estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos. Esses dados comprovam que, para seguir crescendo, a Bahia precisa de um modal ferroviário forte, moderno e competitivo.

    Por isso, setores do governo e empresariado baiano agora lutam tanto pela FCA/VLI (Ferrovia Centro-Atlântica) quanto pela FIOL. A ferrovia tem sido tema de discussão entre a concessionária, que quer continuar a operar a FCA por mais 30 anos, e os grupos supracitados, que questionam quais benefícios essa parceria trouxe para Bahia e quais vai trazer a partir daqui.

    “Precisamos de garantias de que a empresa, ou qualquer outra concessionária, irá investir no trecho baiano da ferrovia, apresentando uma solução para a falta desse trem, considerando não apenas a demanda atual de carga ferroviária como o seu potencial futuro.”, afirma Tramm.

    O abandono dos trilhos prejudica a logística de cargas para empresas baianas, que enfrentam ainda deterioração na malha. Dentre eles, a desativação total dos trechos Senhor do Bonfim-Juazeiro/Petrolina, Esplanada-Propriá, Mapele-Calçada, e parcial no Porto de Aratu, somando uma perda de mais de 620 km. Essas desativações contribuem para o isolamento do Nordeste da malha ferroviária nacional.

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