O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que os rompimentos em barragens de rejeitos de mineração e suas consequências “não devem ser motivo para a demonização da mineração”. Ele citou que até mesmo “órgãos públicos, que deveriam fiscalizar (as estruturas de rejeitos), também falharam. A oportunidade deve ser aproveitada para a reinvenção da mineração no País, com a adoção de inovações tecnológicas e maior segurança nas operações”.
Castello Branco apresentou a palestra “Perspectivas sobre o cenário econômico do Brasil”, na abertura do segundo dia da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2019), em Belo Horizonte.
Ele ainda sugeriu ao Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) “uma postura mais proativa para a recuperação da imagem da mineração. A indústria da mineração precisa se unir em torno do IBRAM e trabalhar em uma campanha ativa de recuperação da imagem”.
Na solenidade de abertura da EXPOSIBRAM, na 2ª feira, dia 9, o presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Brumer, e o diretor-presidente do mesmo Instituto, Flávio Penido, afirmaram que a entidade está agindo para conduzir a indústria da mineração a um amplo processo de transformação, prevendo maior nível de segurança operacional; mais proximidade, transparência e comunicação no relacionamento com a sociedade, entre outras atitudes.
Castello Branco lembrou que a Petrobras também passou por momentos de acidentes com repercussões graves e a reação da companhia foi investir em prevenção, em capacitação de sua força de trabalho, inclusive terceirizados e em soluções com base em inovações tecnológicas. “Segurança operacional e respeito ao meio ambiente se transformaram em prioridades estratégicas, quase uma religião na companhia”, disse.
Castello Branco disse ainda que é favorável à revisão do decreto número 6640/2008, que trata das cavidades subterrâneas. Este decreto impõe limites à atividade minerária, inclusive, em localidades onde há cavidades sem importância comprovada. O presidente da Petrobras ainda recomendou que se promova o aumento do percentual de território mapeado geologicamente para identificar recursos minerais no subsolo, “em especial na Amazônia”.
Em sua palestra, Roberto Castello Branco identificou vantagens socioeconômicas para municípios mineradores. Ele citou estudo da Fundação Getúlio Vargas, que mensurou o impacto positivo da produção de minério de ferro no desenvolvimento dos municípios de Minas Gerais. “Análise econométrica da evolução do PIB per capita de mais de 722 municípios de Minas Gerais, entre 1980 a 2010, revelou que os municípios mineradores de ferro tiveram quase o dobro da taxa de crescimento (2,9% ao ano) do que os municípios não mineradores”, afirmou.
Fonte: Assessoria de Imprensa – IBRAM