Os contratos futuros do minério de ferro na China atingiram máximas recordes nesta sexta-feira e registraram seu maior ganho trimestral desde o final de 2016, impulsionados pelas expectativas de que o suprimento da matéria-prima na maior produtora de aço do mundo continuará apertado na segunda metade do ano.
Os futuros de aço subiram pela oitava sessão consecutiva, a maior sequência de alta para o vergalhão de Xangai desde agosto de 2017, impulsionada pela queda de estoques e cortes obrigatórios de produção em alguns centros produtores.
O contrato de minério de ferro mais ativo da bolsa de Dalian subiu até 2,7%, para 844 iuanes (122,94 dólares) a tonelada, o maior valor desde 2014, quando os futuros de minério de ferro da China começaram a ser negociados. O preço de referência terminou com ganho de 2,1%, a 838,5 iuanes.
O benchmark registrou seu sétimo ganho mensal e subiu 47% no trimestre finalizado em junho, o maior ganho desde o último trimestre de 2016.
“O recente reinício da mina de minério de ferro de Brucutu no Brasil (da Vale) não trouxe nenhum alívio ao mercado, com a expectativa de que o aperto persista no futuro previsível”, disse Daniel Hynes, estrategista sênior de commodities da ANZ.
“A queda dos estoques de aço (na China) também apoiou o sentimento”.
Os preços spot do minério de ferro na China subiram para os patamares mais altos em mais de cinco anos, a 118,20 dólares, nesta sexta-feira, segundo dados da consultoria SteelHome.
O estoque de minério de ferro nos portos da China caiu para 116,75 milhões de toneladas até a semana passada, o menor volume desde o início de 2017, mostraram os dados da SteelHome, refletindo o impacto da redução da oferta do Brasil.
A brasileira Vale, que fechou minas para descomissionamento e por determinação judicial, após o rompimento de barragem de rejeitos em Brumadinho (MG), em janeiro, retomou as operações de Brucutu, seu maior ativo em Minas Gerais.
“A mina deve voltar a 100% da capacidade (de 30 milhões de toneladas) em breve”, disse a ANZ em nota. “No entanto, isso não diminuiu completamente as preocupações com a escassez no mercado, com o corte do guidance da Rio Tinto para a produção de 2019 ainda fresco na mente.”
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