Além de mudanças operacionais e de segurança as mineradoras também têm um desafio social: implementar políticas de inclusão de gênero nas empresas.
Segundo o resultado da pesquisa Women in Workplace da McKinsey & Company, enquanto a indústria em geral contrata 49% de profissionais mulheres, a mineração efetiva 37%.
As mulheres também têm maior dificuldade para atingir posições de comando nas companhias. Das 37% que ingressam nas companhias, apenas 22% conseguem a primeira promoção para o nível de gerência. Mas a situação fica ainda mais complicada no nível de gestão. Em 68% das mineradoras, não há membros femininos no conselho gestor. Em 27%, há apenas uma representante e nos 6% restantes, menos que um.
Segundo a consultora da empresa, Anita Baggio, os dados demonstram que, apesar das conquistas já obtidas pelas mulheres, ainda há um caminho longo para garantir uma política de inclusão que realmente respeite as peculiaridades da condição feminina. “Ainda hoje, a modalidade de trabalho em casa é vista com reserva, como se a pessoa não estivesse fazendo nada”, destaca.
Para fortalecer essa discussão que não é apenas brasileira, mas mundial, o movimento Women in Mining Brasil deve chegar ao país oficialmente no final deste ano. O projeto foi concebido em 2015 e tem sede no Canadá.
A diretora do Conselho do Women in Mining Canadá e diretora da empresa de consultoria RD101, Jamile Cruz, disse que o espaço concedido pelo IBRAM, para tratar de políticas de gênero na mineração representa um sonho materializado.
Mesmo assim, ela reconhece que é preciso dar continuidade ao processo de mudança de cultura do setor, onde 60% dos CEOs acreditam que ainda existem superstições sobre a presença feminina. “O tema importa para as empresas e para o IBRAM, porque cria melhores condições e ambiente de trabalho e impacta positivamente os resultados econômicos para os negócios”, frisa.
Fonte: EaeMáquinas