O futuro da energia renovável e a mineração foi um dos temas abordados pelo Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2019). A especialista sênior em Mineração do Banco Mundial (USA), Daniele La Porta, falou sobre o programa Climate Smart Mining, criado pela instituição para desenvolver projetos e dar suporte a países em que a atividade tem potencial de crescimento, a partir da integração de energias limpas às diversas etapas do processo produtivo. “Quanto mais a temperatura aumentar, maior será a demanda por minérios e metais, visto que a materialização das energias renováveis depende de equipamentos e baterias”, lembra.
Projetos em curso
Segundo o presidente da Sigma Lithium Resources, Calvyn Gardner, o desenvolvimento de novos equipamentos visa aumentar a competitividade das energias renováveis. “Energia e transporte são as bases da economia. Reduzir esses custos é imperativo para reduzir os custos da energia renovável também”, adianta.
O presidente da OXIS Energy Brasil, Huw Hampson Jones, reafirma a importância do lítio para a produção de baterias. A empresa, que tem unidade fabril em Minas Gerais, vai iniciar produção com meta de 1 milhão de células por ano. Na segunda etapa do projeto, a expectativa é chegar a 5 milhões de células. “Nosso propósito é fazer o Brasil entrar no processo de produção desse tipo de material, que hoje está restrito aos Estados Unidos e China”, explica.
Pesquisa e projetos
O sócio da McKinsey & Company, Henrique de Vasconcelos Ceotto, apresentou uma pesquisa sobre o futuro da exploração mineral no mundo. No cenário projetado, as oportunidades apontam para um aumento da demanda de produtos como lítio e cobre, que têm uso maior em veículos elétricos e também em baterias. O cobalto também figura na lista, mas a instabilidade politica do República do Congo, na África, aumenta o risco das explorações das reservas locais.
O desenvolvimento de produtos para materializar a energia renovável na cadeia produtiva da mineração já está movimentando os centros de pesquisa nacionais. Segundo o diretor de Operações da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), Carlos Eduardo Pereira, que também participou do painel, a a organização tem linhas de financiamento para projetos de inovação, com foco na demanda das empresas.
Em seis anos de atividade, a instituição deu suporte a 779 iniciativas, com 551 indústrias envolvidas e aporte de R$ 1,32 bilhão. “O nosso modelo prevê a participação de empresas como financiadoras de 1/3 dos projetos”, disse.
Fonte: Assessoria de Imprensa