Um grupo de pesquisadores liderado por Stanislav FIlatov, especialista em cristais – cristalógrafo – da Universidade de São Petersburgo, encontrou uma nova integrante para o mundo dos minerais: a Petrovita.
O mineral de cor azul-esmeralda brilhante foi descoberto no topo do vulcão Tolbachik, na Península de Kamchatka, na Rússia. O local é conhecido pela diversidade mineralógica.
Nos últimos anos, em torno de 130 novos minerais foram descobertos na região, o que está relacionado à quantidade de atividade vulcânica.
O professor Paulo Roberto Brandão, do Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que nem todos esses materiais terão funcionalidade para o mercado. Segundo ele, “90% ou mais dos minerais novos descritos na literatura têm valor apenas científico, sem potencial tecnológico ou econômico”.
O Tolbachik ainda está em atividade e sua última erupção foi em 2012. Essa erupção revirou as cinzas e os detritos do vulcão, e foi nesses escombros que foi encontrado o novo mineral Petrovita.
A Petrovita é formada por um diferenciado arranjo de átomos de oxigênio, sódio e cobre, que formam uma estrutura porosa. Neste composto, um átomo de cobre faz ligações com outros sete átomos de oxigênio. As altas temperaturas e pressões forçam os átomos a fazer ligações que não aconteceriam em condições ambiente.
A descoberta ainda é recente, mas cientistas acreditam que talvez esse novo mineral possa ser usado em baterias de íons de sódio, devido o material ser bastante poroso e esses poros terem o potencial de formar um caminho para os íons de sódio. Seria uma alternativa para a criação de um tipo de baterias recarregáveis que futuramente pode ser alternativa às baterias de íon de lítio, que, por sua vez, são muito usadas nos dias atuais.
O desafio agora é aumentar a condutividade do material e encontrar uma forma barata de sintetizá-lo em laboratório. O professor Paulo Brandão acredita que ainda há um longo caminho de estudo e pesquisas para afirmar o seu potencial econômico. “Não é como o minério que é extraído praticamente pronto para o uso. Precisa passar por um processo em laboratório para utilizá-lo na bateria. Somente após avaliar o seu potencial e a sua viabilidade em relação aos materiais que já existem no mercado, que é indicado partir para uma produção com escala industrial”.
O nome Petrovita é em homenagem a outro cristalógrafo da Universidade de São Petersburgo, o também russo Tomas Petrov. O artigo científico está disponível na Mineralogical Magazine.
Fonte: Portal da Mineração