Se os investidores de petróleo não tiveram muita certeza sobre a direção nesta semana, eles provavelmente continuarão sem noção na semana que vem.
A volatilidade deixou os futuros do petróleo bruto em zigue-zague pela segunda semana consecutiva, com dois dias no vermelho e três no azul. A maior movimentação aconteceu entre terça e quarta-feira, quando os preços do petróleo subiram 4%, primeiro devido a um adiamento nas tarifas sobre a China, antes de caírem 3% na outra sessão devido a receios de recessão e correção. Separadamente, o índice de volatilidade do petróleo da CBOE teve na quarta-feira seu maior movimento de um dia desde 1º de agosto, subindo 8%.
As oscilações vieram durante uma semana de drivers contraditórios para o petróleo.
Na sexta-feira, por exemplo, a Opep divulgou um relatório pessimista sobre a demanda por petróleo para este ano e para o próximo. Mas os preços do petróleo bruto subiram de qualquer maneira para um ganho semanal, após um “rali de recuperação” nas ações impulsionadas pela melhora nos rendimentos dos Títulos nos EUA reduzirem parte da volatilidade do petróleo.
O Ministério das Finanças da China disse na quinta-feira que terá que tomar as medidas necessárias contra as mais recentes tarifas sobre US$ 300 bilhões de importações chinesas. As tarifas do governo Trump violam um acordo alcançado pelos líderes dos dois países para seguirem o caminho de resolver disputas por meio de negociações, disse Pequim.
No entanto, em 24 horas, o governo de Xi Jinping estava dizendo que esperava encontrar um meio-termo com Washington sobre disputa comercial. Para ter certeza, Trump até terça-feira recuou parcialmente de seu plano anterior de impor tarifas em 1º de setembro, adiando os impostos até dezembro sobre alguns itens fabricados na China, como telefones celulares, laptops e outros bens de consumo, na esperança de diminuir o impacto deles nas vendas de fim de ano nos EUA.
“Temos uma desgraça e um resquício de tristeza”, disse Phil Flynn, analista sênior de mercado de energia da corretora Price Futures Group, em Chicago.
“No fundo, o mercado de petróleo está negociando com medo. Dados fracos no exterior sugerem que a demanda por petróleo pode diminuir. Mas os números reais sugerem que essa desaceleração pode ser exagerada”.
Para o ouro, o próximo simpósio do Federal Reserve, em Jackson Hole, e a divulgação da ata da reunião de julho, decidirão muito da ação da semana que vem.
O apetite por risco voltou um pouco aos mercados na semana passada após o rendimento dos títulos Tesouro americano de 10 anos voltar a ficar acima do título de 2 anos, revertendo a inversão que alguns economistas dizem sinalizar uma recessão eminente.
Analistas afirmam que a demanda por ouro continua forte, embora a melhoria no sentimento por ações e outros ativos de risco levem os investidores a olhar novamente para outros núcleos de finanças.
“Metais preciosos podem ter se beneficiado da angústia de ações e da recessão nesta semana, mas a falta de más notícias está estimulando alguma consolidação”, disse a TD Securities em nota sobre o ouro.
Resumo de energia
Os contratos futuros de petróleo bruto WTI, negociados em Nova York, fechou a semana em alta de 0,7%, para US$ 54,87 por barril.
Contratos futuros do Brent negociados em Londres registraram ganhos de apenas 0,2% na semana. A referência para o petróleo fora dos EUA também permaneceu abaixo da marca de US$ 60 por barril, a US$ 58,64.
Os mercados de petróleo têm enfrentado um dos seus piores períodos de volatilidade já que ocasionalmente notícias positivas sobre petróleo bruto batem de frente com ameaças de guerra comercial, dados econômicos sombrios e inversão dos rendimentos de títulos americanos, o que sinalizam recessão.
A TD Securities observou que “um rali de recuperação” nos ativos de risco ajudou a aliviar parte da pressão negativa do petróleo na sexta-feira após uma semana tumultuada.
“Continuamos a ver uma alta probabilidade de que os CTAs transformem em compradores em petróleo bruto WTI, o que poderia fornecer suporte adicional aos preços”, disse a corretora, usando a abreviatura de Commodity Trading Advisors (Assessores de Negociação de Commodities, em português), uma tag que normalmente se refere a fundos de hedge.
Apesar desse otimismo, a Opep disse que 2020 provavelmente verá um excedente de oferta à medida que os rivais continuarem a aumentar a produção. O cartel também cortou sua previsão para o crescimento da demanda de petróleo em 2019 em 40.000 barris com a pressão prevista a partir de uma desaceleração econômica global.
Isso fez com que o cartel soasse mais como seu primo muitas vezes pessimista – a Agência Internacional de Energia, sediada em Paris, que cuida dos interesses dos consumidores globais de petróleo.
Resumo de Metais Preciosos
Os investidores do ouro viram muitos anos de falsas largadas, mas eles provavelmente não poderiam estar mais certos do que agora sobre o rali do metal brilhante.
Procurado tanto nos bons – pense em joias e outros usos ornamentais – quanto nos maus momentos – como um porto seguro contra problemas econômicos e políticos – o ouro está tendo seu melhor ano desde que bateu recordes oito anos atrás.
Pairando em patamares ligeiramente abaixo das altas de seis anos, a US$ 1.525 por onça, o contrato de referência de ouro no Comex da New York Mercantile Exchange subiu mais de 15% no acumulado do ano, por seu melhor retorno desde 2011, quando estabeleceu um recorde histórico pico de US$ 1.911,60.
A semana passada foi a terceira semana consecutiva de ganhos para o ouro e o 11º avanço em 13 semanas.
Desde o início de agosto, o ouro ganhou mais de 6%, ou cerca de US$ 90, com o aumento das tensões comerciais e as compras sustentadas pelos bancos centrais, respondendo a uma série de dados econômicos decepcionantes em todo o mundo. O apoio especulativo emprestado pelos fundos de hedge e a compra indireta de ouro via fundos negociados em bolsa foram outros grandes impulsionadores do rali.
Os fortes fundamentos do ouro e do preço relativo da ação alimentaram os técnicos do ouro.
O Investing.com coloca o ouro da Comex como uma “Compra Forte” em seu Daily Technical Outlook, projetando uma resistência de ponta de US$ 1.599,24 no curto prazo.
Alguns estrategistas, como Christopher Vecchio, veem o ouro como tendo um alvo de US$ 1.820, que, se a Comex conseguir, pode preparar o cenário para o metal amarelo para igualar seu atual recorde ou até mesmo registrar um novo.
O Bank of America Merrill Lynch, em uma nota sobre metais preciosos divulgada nesta semana, disse que os bancos centrais ainda podem ter muito para comprar em ouro.
Outros têm alvos menos elevados para o ouro, apesar de serem um pouco otimistas.
Depois de aumentos diários de até 2% ou mais nas últimas semanas, a ascensão do ouro também desacelerou ultimamente, com os investidores aguardando pistas sobre mais flexibilização dos bancos centrais, particularmente do Federal Reserve, antes de se comprometer com posições mais longas.
Assim, a divulgação de quarta-feira das atas da reunião do Fed para julho, juntamente com a reunião em Jackson Hole, de quinta a sábado, e o discurso do presidente Jay Powell, serão fundamentais.
Apesar do sentimento em grande parte otimista do ouro, alguns estrategistas técnicos, como Michael Boutros, veem um possível retrocesso.
O patamar da semana passada abaixo de US$ 1.526, do ponto de vista comercial, pode ser um sinal para reduzir a exposição prolongada/aumentar as paradas de proteção, disse Boutros. “Esteja atento para possível esgotamento”, acrescentou.
Fonte: Investing.com