Milhares de pessoas foram para a aldeia KwaHlathi tentar a sorte com mineração de diamantes, mas elas estavam enganadas.
O governo sul-africano afirmou que pedras tidas como preciosas encontradas em um vilarejo no mês passado não eram diamantes, mas sim quartzo, um mineral de valor bastante inferior.
Um pastor de gado havia descoberto as pedras pela primeira vez na província de KwaZulu-Natal. Isso fez com que milhares corressem para a aldeia KwaHlathi, a mais de 300 km a sudeste de Johanesburgo.
Mas, depois de diversos testes, as autoridades disseram que as pedras são cristais de quartzo, que são muito menos valiosos. Depois do feldspato, o quartzo é o mineral mais abundante na crosta terrestre.
“Os testes conduzidos de forma conclusiva revelaram que as pedras descobertas na área não são diamantes”, disse um comunicado do governo local.
A “corrida por diamantes” ocorreu em uma das regiões mais pobres da África do Sul.
O país — que já sofre com altos níveis de desigualdade econômica — viu um aumento no desemprego em meio à pandemia de Covid-19 em curso.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins (EUA), a África do Sul registrou mais casos de coronavírus do que qualquer outro país do continente, com 1,8 milhões de infecções confirmadas e quase 60 mil mortes notificadas.
Corrida por diamantes expõe profundas frustrações
A descoberta do que se acreditava serem diamantes em KwaHlathi expôs profundas frustrações de comunidades desesperadas para encontrar uma saída da pobreza.
Estudos realizados revelaram que as pedras foram encontradas em uma soleira rochosa na região semi-desértica de Karoo, que não é um lugar onde se costuma achar diamantes.
O conselho de Geociências fará mais estudos para descobrir se existem outros minerais que possam criar empregos e melhorar a vida de dezenas de milhares de pessoas que vivem na área.
O governo pediu às pessoas que parassem de cavar no local porque as práticas ilegais de mineração têm um impacto negativo no meio ambiente.