O contrato futuro do ouro fechou a sessão desta quinta-feira (25) em queda. O metal sofre pressão enquanto o mercado digere as sinalizações mistas dadas pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira, quando manteve as taxas de juros inalteradas, mas afirmou não ter discutido mudanças na política.
O ouro para setembro na New York Mercantile Exchange (Nymex) recuou 0,62% para US$ 1.414,70 a onça-troy. A queda marca a maior variação negativa diária desde o dia 5 de julho, segundo dados da FactSet.
Embora o BCE tenha informado a mudança do guidance para considerar juros no mesmo patamar ou mais baixos até meados 2020, além de sugerir a possibilidade da retomada do programa de relaxamento quântico (QE, na sigla em inglês), parte do mercado esperava ações mais rápidas por parte da autoridade monetária. Ao contrário, o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou que, nesta reunião, não foram discutidas mudanças na política, ao passo que o banco prefere esperar mais dados econômicos para agir.
Neste contexto, o ouro, que é considerado um ativo seguro e costuma se beneficiar quando os juros mais baixos reduzem a rentabilidade dos títulos, sofreu desvalorização em meio à frustração das expectativas de alguns investidores e às incertezas levantadas pelo BCE. O avanço do dólar em geral também contribui para a menor demanda pelo metal, tornando-o menos atraente para compradores que detêm outras moedas.
Ainda assim, analistas acreditam que a procura por ouro deve se manter robusta no curto prazo, especialmente se o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduzir a taxa de juros na reunião da semana que vem. “O ouro vem se mostrando uma reserva valiosa nas últimas semanas, e acreditamos que a demanda deve se manter sólida”, avalia o analista de commodities Daniel Briesemann, do Commerzbank.
Fonte: Jornal do Comércio