terça-feira, 5 de novembro de 2024
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    Ouro branco: Portugal tem a sexta maior reserva de lítio a nível mundial

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    Portugal conta com a sexta maior reserva mundial de lítio entre os nove países que produzem atualmente lítio, segundo um relatório elaborado pelo Governo norte-americano.

    O ‘ouro branco’ volta a estar na ordem do dia em Portugal, num momento em que se aproxima a data-limite estipulada pelo Governo, o final deste ano, para lançar um concurso internacional de concessões para a exploração de lítio em larga escala em Portugal.

    A liderar a lista de reservas mundiais está o Chile (oito milhões de toneladas), cujo lítio é de elevada qualidade e barato de produzir. Segue-se a Austrália (2,7 milhões) e a Argentina (2 milhões). Portugal surge na sexta posição, com 60 mil toneladas.

    Mas Portugal poderá vir a recuar na posição das maiores reservas mundiais nos próximos anos, à medida que vários países começam a conhecer melhor o potencial de lítio que jaz nos seus subsolos.

    O estudo realizado pelo governo norte-americano distingue entre recursos minerais e reservas. O primeiro, o valor bruto, significa que existe minério em quantidade que faz com que a sua extração seja potencialmente viável. O segundo, o valor líquido, indica a quantidade de minério que pode ser extraído ou produzido.

    Em termos de recurso mineral, Portugal surge na 14ª posição a nível mundial. Dos cerca de 62 milhões de toneladas de reservas que existem no mundo, o país conta com um total de 130 mil toneladas, segundo a análise realizada pelo Governo norte-americano.

    A Argentina lidera este ranking com um total de 14,8 milhões de toneladas, seguida pela Bolívia (nove milhões de toneladas) e pelo Chile (8,5 milhões de toneladas). Portugal surge depois na 14ª posição, ex aequo com o Peru, com um total de 130 mil toneladas para cada país. A vizinha Espanha surge na 12ª posição com um total de 400 mil toneladas de reservas de lítio. Já o Brasil conta com 180 mil toneladas de lítio surgindo assim na 13ª posição.

    Em termos de produção, Portugal ocupa a sexta posição entre os nove países produtores, com um total de 800 toneladas métricas extraídas em 2018, valor semelhante ao registado em 2017.

    A produção a nível mundial é liderada pela Austrália (51 mil toneladas métricas), seguida pelo Chile (16 mil) e pela China (8 mil).

    Mas para que é serve o lítio extraído em Portugal? Este mineral é essencialmente usado para produzir cerâmica. Já a nível mundial, o lítio serve essencialmente para produzir: baterias (56%), cerâmica e vidro (23%), gorduras lubrificantes (6%), produção de polímeros (4%), entre outros usos.

    O aumento da procura por lítio, devido à corrida ao carro elétrico, provocou uma subida na produção do “ouro branco”. A produção mundial de lítio em 2018 aumentou 23% para 85 mil toneladas métricas face ao ano anterior “em resposta ao aumento da procura de lítio para baterias”, de acordo com o Governo norte-americano. Entre 2017 e 2016, o aumento da produção mundial atingiu os 74%, devido principalmente ao contributo da produção na Austrália.

    O consumo mundial de lítio em 2018 estava previsto ter atingido as 47,6 mil toneladas métricas, mais 20% face a 2017. A capacidade de produção anual a nível mundial está estimada em 91 mil toneladas de lítio.

    A subida na procura também se refletiu nos preços nos mercados. Os preços do lítio nos grandes contratos atingiram os 17,3 mil dólares por tonelada métrica em 2018, mais 15% face a 2017.

    “O consumo de lítio para baterias aumentou significativamente em anos recentes porque as baterias de lítio recarregáveis são usadas extensivamente no mercado crescente de aparelhos eletrónicos portáteis e estão a ser usados cada vez mais em ferramentas elétricas, veículos elétricos e aplicações de armazenamento em rede. Os minerais de lítio são usados diretamente como concentrados de minério em aplicações de cerâmica e vidro”, pode-se ler no relatório do Governo norte-americano.

    A produção mundial de lítio em 2018 aumentou 23% para 85 mil toneladas métricas face ao ano anterior “em resposta ao aumento da procura de lítio para baterias”, de acordo com o Governo norte-americano.

    Fonte: O Jornal Económico

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