domingo, 22 de dezembro de 2024
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    Ore tem US$ 50 mi para pequenos projetos

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    A Ore Investments, gestora de fundos Private Equity formada por um time de quatro executivos brasileiros experientes na área mineral (Mauro Barros, Carlos H.C. Costa, Ricardo Lopes e Eduardo Cardoso), informa que já dispõe de um montante inicial de US$ 46 milhões para serem aportados em empreendimentos minerais em estágio inicial no País e que estejam em busca de recursos financeiros para se viabilizarem.

    De acordo com os dirigentes, o que levou à decisão de criação do fundo – concretizada em fevereiro de 2020 – foi o fato de terem identificado a falta de um fundo de investimentos focado em mineração no Brasil, fundado e gerido por brasileiros, dedicado a projetos em fase de pesquisa mineral de porte pequeno a médio e também minas de pequena escala. O foco de atuação é exclusivamente o Brasil e a captação se dará principalmente junto a investidores institucionais. Em seu estágio inicial, a Ore Investments já obteve aporte do Forbes & Manhattan, por exemplo. Na entrevista a seguir, Mauro Barros, CEO e um dos sócios, dá maiores detalhes sobre a estratégia da Ore.

    BRASIL MINERAL – Que fatores levaram à decisão de criação da Ore e do fundo de investimentos?

    MAURO BARROS – Identificamos a falta de um fundo de investimentos focado em mineração no brasil, fundado e gerido por brasileiros, especialmente dedicado a projetos em fase de pesquisa mineral, inicialmente pequenos e médios mas com potencial de expansão, e minas de pequena escala.

    BM – Em sua opinião é possível atrair e motivar investidores internacionais para investir em projetos no Brasil 

    MB – Sim, há investidores que enxergam a vantagem competitiva de ter um time brasileiro dedicado e com experiência em mineração no Brasil gerindo os investimentos.

    BM  Não há muita tradição no Brasil de investimentos de Private Equity no setor mineral. Vocês têm estratégia para vencer isso?

    MB – Tivemos boa experiência em investimentos em mineração em um formato private equity em grupos anteriores que trabalhamos. Além disso, estamos suportados por investidores com grande atuação em private equity (não exclusivos em mineração). Acreditamos que aliando as melhores práticas internacionais e usando a nossa expertise de fazer negócios no Brasil, conseguiremos desenvolver um negócio de sucesso no setor.

    BM  Existem segmentos específicos dentro da mineração em que o fundo pretende atuar? E quanto ao porte e estágio dos projetos, qual é o foco?

    MB – O foco são projetos em estágio inicial, preferencialmente com alguma sondagem já realizada e minas de pequena escala, com CAPEX compatível com a nossa estratégia.

    BM  Pelo que vimos, os quatro sócios têm um perfil de grande expertise na área mineral. Na área financeira também? 

    MB — O time tem um perfil de complementariedade. Enquanto alguns sócios têm histórico mais técnico, outros tiveram, também, grande exposição à parte financeira da mineração, incluindo mercado de capitais, novos negócios e fusões e aquisições.

    BM  Uma das características dos projetos de mineração é o longo prazo de maturação dos empreendimentos, comparativamente com outros segmentos, embora as taxas de ROI (Return Of Investment) sejam em boa parte atrativas. Isto não desmotiva o investidor que busca retorno em prazos mais rápidos? Outro fator que pesa negativamente são as taxas de risco dos projetos, geralmente elevadas. Quais são os argumentos de convencimento com que a Ore Investments utiliza?

    MB – Os investidores que aportam na Ore Investments entendem o longo prazo do ciclo de vida dos projetos de mineração, então eles investem com a perspectiva de longo prazo. Não oferecemos estratégias de curto prazo. Parte do nosso trabalho de seleção de oportunidades é uma análise dos riscos dos projetos e, com isso, pretendemos mapear e mitigar os riscos identificados. De toda forma, em nossa estratégia iremos fazer uma diversificação que mitiga esse aspecto. Por fim, os investidores entendem que o negócio envolve naturalmente um risco a ser administrado, que será, também, relacionado ao retorno buscado pela Ore.

    BM – Existe algum segmento dentro do setor que o fundo pretende priorizar (em termos de commodities)?

    MB – Ouro, metais básicos, de uso em bateria, fosfato e minério de ferro. Este último sobretudo para minas de pequena escala.

    BM – E quanto ao porte dos empreendimentos? Os alvos são projetos greenfield ou brownfield? Existe um modelo de negócio preferido (por exemplo aquisição integral ou apenas participação no negócio)? 

    MB – Priorizamos projetos em fase inicial com alguma pesquisa mineral já realizada. Se com sondagem, ainda melhor. O tipo de transação que preferimos são contratos de opção no qual investimos “no chão”, no desenvolvimento do projeto e nos tornamos sócios dos atuais donos do ativo, dividindo com eles o risco do projeto e agregando ao negócio não só capital, mas também nossa expertise técnica, de gestão e financeira.

    BM – Até que ponto a crise do coronavírus atrapalha (ou favorece) os planos da Ore? 

    MB – De imediato, o coronavírus trouxe o desafio de trabalhar remotamente e evitar reuniões presenciais, desafio que quase todos estão passando. Enquanto estivermos em fase de prospecção de oportunidades via auditorias anteriores aos trabalhos de campo, o impacto não será tão significativo. À medida em que avançarmos para o estágio de auditorias de campo e roadshow presencial, esperamos que o momento de distanciamento social já tenha arrefecido. De toda forma, entendemos que é um momento de ter paciência e acompanhar potenciais efeitos negativos no setor e oportunidades que possam surgir.

    Fonte: Brasil Mineral.

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