Por Will Dunham
WASHINGTON (Reuters) – Pesquisadores que mergulharam em cavernas submersas da Península de Yucatán, no México, encontraram indícios de uma operação de mineração ambiciosa em busca de ocre vermelho, um mineral apreciado por povos pré-históricos, que foi iniciada 12 mil anos atrás e durou dois milênios.
Mais de 100 mergulhos que totalizaram mais de 600 horas no Estado de Quintana Roo renderam numerosos artefatos de mineração, disseram os cientistas nesta sexta-feira.
Entre eles estavam poços de extração de ocre, ferramentas de escavação de pedra e pequenos bate-estacas feitos de estalagmites, indicadores que ajudavam os mineiros a se orientarem na ampla rede de cavernas e lareiras usadas para fornecer luz. As cavernas não estavam debaixo da água na época da mineração.
A mineração foi realizada quando as primeiras populações humanas se espalhavam pela região. Mais tarde as cavernas ficaram abandonadas durante milênios, e foram submersas cerca de 8 mil anos atrás em meio à elevação dos níveis dos mares decorrente da última era do gelo.
Pesquisadores já haviam encontrado esqueletos humanos nas cavernas, mas não haviam identificado por que pessoas haviam estado lá.
“Em todo o mundo, indícios arqueológicos mostram que os humanos vêm usando ocre há centenas de milhares de anos. Até os neandertais usaram ocre”, disse Brandi MacDonald, cientista arqueológica da Universidade do Missouri e principal autora da pesquisa publicada no periódico científico Science Advances.
Acredita-se que o ocre tenha sido usado para pintar objetos e corpos, em práticas mortuárias e talvez no curtume.
Fonte: UOL