Considerada a maior exportadora de lingotes de aço bruto do Planeta, a NLMK Group foi na contramão das reações do setor do aço diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. De olho no mercado futuro, a empresa investiu na ampliação de seus estoques no Brasil e na América Latina, mesmo tendo registrado uma queda de 12 a 13% no volume de vendas no primeiro semestre, em comparação ao primeiro semestre de 2019. E ainda está investindo aproximadamente 150 milhões de euros (cerca de R$ 944 milhões) em sua fábrica de La Louviére, na Bélgica, com o objetivo de ampliar a resistência mecânica das bobinas de aço.
Em breve, por conta desses investimentos, a empresa terá condições de fabricar chapas com espessura a partir de 1,2 mm (milímetros), com limite de escoamento acima de 1.000 MPa (Mega Pascal). Isso permitirá à NLMK South America, no Brasil – atualmente focada na comercialização de chapas grossas de aço de alta resistência com valor agregado -, a ampliação do atendimento a diversos segmentos como o setor automotivo, construção civil, mineração e agroindústria. Em 2021, de acordo com as expectativas da empresa, as chapas finas de bobina de alta resistência que serão produzidas na fábrica de La Louviére ganharão o mercado.
“Nossos clientes se beneficiam da vasta experiência que as décadas de produção de aço na Europa representam. Nosso aço de altíssimo valor agregado oferece muitos benefícios aos nossos clientes no Brasil”, afirma o diretor-geral da NLMK South America, Paulo Seabra. “Isso porque, utilizando o aço de alta resistência que oferecemos no mercado, os nossos clientes podem produzir seus equipamentos de forma que os torne mais leves e mais resistentes, aumentando a sua vida útil e contribuindo para a economia de investimentos e cumprimento de metas de sustentabilidade”.
Tomando como exemplo o setor de implementos rodoviários, um caminhão cuja caçamba seja fabricada com aço de altíssimo valor agregado pode se tornar muito mais leve. E, assim, gastar menos combustível e promover até a redução dos custos de manutenção com o desgaste de pneus. A redução que o emprego desse tipo de aço especial pode trazer chega a 35% do peso total do equipamento e lhe garante uma maior vida útil. Isso gera uma possibilidade de se reduzir o impacto na natureza, pois tanto manutenção quanto produção tornam-se otimizadas.
Os aços especiais com alto valor agregado são aqueles que possuem características que os outros não têm. Como, por exemplo, uma espessura diferenciada. Ou capacidade de resistência maior. Sendo assim, o emprego desse tipo de material é uma forma do mercado contribuir para a sustentabilidade de suas atividades. Além de aumentar a produtividade.
Voltemos ao exemplo do caminhão. Ele poderá transportar mais carga se tiver o peso de sua estrutura reduzido. O que possibilita, inclusive, uma diminuição da frota, pois cada caminhão poderá carregar até 35% a mais de toneladas de carga. Assim, as empresas que optam pelo aço especial de valor agregado estão colaborando para tornar o mercado brasileiro mais competitivo para o mundo. E esse, esclarece Seabra, é um dos principais objetivos da NLMK.
“Uma das nossas metas principais é contribuir para o crescimento da competitividade brasileira diante dos mercados internacionais. Apoiamos os clientes na transformação de seus equipamentos em produtos mais leves, resistentes e duráveis, que resultam em maior produtividade. Estamos contribuindo para que o Brasil caminhe para um momento mais competitivo nesse mercado”.
Suporte técnico e estrutura
A NLMK South America não trabalha apenas com a venda do aço que é produzido nas fábricas da Europa. Sua equipe oferece todo o suporte técnico e consultoria para que seus clientes tenham condições de escolher o melhor tipo de aço para suprir suas necessidades. “O mercado brasileiro ainda tem uma penetração muito baixa no consumo de aço de alta resistência, comparado a mercados mais maduros, como o alemão. Isso resulta em muitas possibilidades de crescimento da NLMK, no que se refere ao estímulo da produção de equipamentos – hoje realizada com aço comum – com o aço de maior resistência, tornando os materiais mais leves. Uma oportunidade de tornar o Brasil num mercado à altura do mercado europeu”.
A estratégia global da NLMK se baseia na verticalização de sua produção. A empresa extrai a matéria prima, enriquece e a transforma em produto final. Para isso, conta com suas próprias minas de minério de ferro e carvão, tornando-a auto-suficiente em matéria prima, em quantidade capaz de atender à demanda global por aço especial produzido em suas fábricas. Para se ter uma ideia, a capacidade instalada é de 17 milhões de toneladas de aço bruto produzidas por ano e 17 milhões de minério de ferro. A empresa também gera aproximadamente 60% da energia elétrica empregada nos processos e possui portos exclusivos em pontos estratégicos do Globo, para escoar a produção para mais de 70 países.
Driblando a crise
Paulo Seabra revela que, em 2020, a NLMK registrou uma redução de 12 a 13% no volume de vendas no primeiro semestre, em comparação ao primeiro semestre de 2019. O segundo semestre ainda é incerto, apesar de o executivo ter percebido uma certa melhora no mercado. “Nossa previsão é de que encerraremos 2020 com uma queda nas vendas, em relação ao ano de 2019, na casa dos 15%. Mas confiamos na expectativa de recuperação desse percentual já em 2021, com recuperação gradual da curva de crescimento”.
Esta será a primeira vez, desde 2014, quando iniciou as atividades no Brasil, que o volume de vendas da empresa sofre uma redução. Isso porque, nos últimos anos, o crescimento anual registrado oscilava entre 15 a 20%. Até começar a pandemia. Por outro lado, a NLMK não sofreu perda de marketshare.
O foco da NLMK tem sido a distribuição de aço plano em chapa grossa de alta resistência e com alto valor agregado. Seus principais consumidores são grandes empresas que pertencem a setores como o da produção de equipamentos da chamada linha amarela (escavadeiras, caminhões de mineradoras), construção civil e mineração. Setores em que as chapas são utilizadas na montagem e manutenção de equipamentos, como caminhões e escavadeiras. Peças que demandam aço de alta resistência, pois sofrem um excessivo desgaste por conta do uso pesado. Como a caçamba de um caminhão, por exemplo.
Mas existem outros setores que demandam a utilização de aço de alta qualidade, como a agricultura florestal, que aproveita o produto em colheitadeiras e discos de corte. Além de empresas que atuam no setor de montagem de peças automobilísticas. Quando a NLMK der início à produção de bobinas a partir de 1,2 milímetros de espessura, com a reestruturação da fábrica na Bélgica, as aplicações serão diversas.
Seabra complementa que a empresa prevê um aumento da demanda por aço de alta resistência partindo de setores como o de elevação de cargas (guindastes e cestas aéreas); o de implementos rodoviários (chassis, reboques e semi-reboques); e o agrícola (colheitadeiras e pulverizadores).
E é por isso que, para 2021, a expectativa da NLMK é mais otimista. A previsão é de crescimento de 10 a 15%. É certo que os estoques, ampliados no Brasil, serão capazes de atender à demanda esperada. E também que será possível ao menos recuperar a perda de 2020 por conta da desaceleração econômica causada pela pandemia. Um crescimento ainda maior dependerá apenas do tempo que for preciso para concluir as obras na usina de La Louviére, para que a NLMK passe a fabricar e comercializar as bobinas de alta resistência no Brasil, agregando novos volumes às vendas já existentes.
Por Assessoria de Comunicação