Luís Maurício Azevedo*
Num momento em que finalmente recuperamos nosso prestígio futebolístico, brinquei com um amigo, Cesar, um minerador peruano que veio aqui para a Copa América: “Cesar, o Campeão Voltou!”. Ele, brincando, concordou, mas imediatamente me devolveu: “En el fútbol sí, pero en la minería el juego es 2×1, y tú también pierdes ante Chile y Argentina”. Não entendi e fui atrás da explicação.
Meu amigo está certo. Perdemos totalmente nosso protagonismo mineral na América Latina. Já somos o nº 4 em atratividade e produtividade mineral, e em breve devemos ser superados pela Colômbia que, junto com Peru, Chile e Argentina, somam menos de 70% de nossa extensão territorial.
Mas voltemos ao Cesar e ao Peru. O Peru há 15 anos tinha 80% de pobres e hoje tem apenas 20%; os salários por lá aumentam 3% ao ano; e nos últimos 5 anos o Peru saiu de uma inflação de 7.600%, nos anos 1980, para 2% em 2019. As vendas externas aumentaram de US$ 87 bilhões para US$ 236 bilhões em aproximadamente 15 anos.
A mineração por lá representa 60% das exportações (aqui no Brasil são 20%), e o Peru deve crescer ainda mais em 2019, em especial as comodities Zinco 8.7%, Estanho 4.5% e Cobre 1.4%, (aqui em ferro e alumínio podemos ter redução, sob os efeitos de Brumadinho e Hydro).
Com um plano de incentivos fiscais, o Peru arrecadou mais de US$ 1,1 bilhão por ano para ajudar no orçamento do Estado e financiar o novo governo. As mineradoras agora pagam royalties com base em seus lucros operacionais, variando de 1% a 12%, em vez do sistema antigo, onde pagavam de 1% a 3% com base nas vendas. Vejam a contradição: aqui o senado que taxar em 40% os grandes projetos! Eles também pagam um novo imposto conhecido como “Imposto especial sobre mineração” com base em uma escala móvel, com taxas marginais progressivas variando de 2% a 8,4% dos lucros operacionais da empresa.
Cesar, meu amigo, está certo! O Peru cresce e atrai cada vez mais investimentos, principalmente junto ao Canadá (vide figura acima), e dá mesmo de 2×1 no Brasil na Mineração. Do jeito que vão as coisas, certamente na próxima Copa América não ligarei para o Cesar, pois corro o risco de perder de 7×1!
* Luis Azevedo é geólogo, advogado, presidente da ABPM, fundador da FFA Legal, de diversas Junior Companies em TSX, ASX e AIM (Talon, Avanco, Harvest, Jangada, Five Star, Paringa, etc.), nas quais atua como diretor.
Oil and mining sector continue to grow in Peru
Peru’s National Institute of Statistics and Informatics released a preliminary report stating that in May 2018 and for the third month in a row, the mining and oil sectors continued to grow.
According to Reuters, both sectors showed a 1.86 per cent interannual growth which was driven by increased production of oil, natural gas, zinc and tin.
In detail, the oil sector showed an interannual growth of 12.54 per cent, while the mining sector grew by 0.16 per cent.
The government report states that, in May, zinc production grew by 8.7 per cent, tin by 4.5 per cent and copper by 1.4 per cent.
Precious metals, on the other hand, did not perform as well. Gold output fell by 4 per cent and silver production went down by 2.6 per cent.
Mining represents 60 per cent of the country’s exports.