Vinte dias após a interdição das Minas da Conceição, Cauê e Periquito em Itabira, na Região Central de Minas Gerais, por irregularidades na prevenção da Covid-19 entre seus funcionários, a Vale assinou um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para cumprir uma série de medidas para contenção da pandemia.
A cidade passou de 17 casos no dia 29 de maio para 448 no dia 4 de junho. O salto aconteceu depois que a Vale começou a divulgar os resultados dos testes rápidos feitos dentro da área de mineração. Após 21 dias, a cidade tem 644 confirmações de Covid-19 e uma morte.
A testagem dos funcionários deverá ser feita a cada 21 dias. Os primeiros serão os empregados da Mina do Cauê, que ainda permanece fechada. As outras duas foram liberadas após novas inspeções dos fiscais de trabalho, segundo o MPT.
O acordo prevê ainda distanciamento social, uso de equipamentos de proteção e a apresentação, dentro de 15 dias, de um programa de vigilância epidemiológica que “explicite medidas voltadas para a melhoria no fluxo de testagem, mapeamento dos locais de contágio na empresa e avaliação periódica da eficácia das medidas adotadas”.
Ainda segundo o MPT, a Vale “deverá contratar uma empresa especializada na análise de resultados dos testes rápidos. Empregados com resultados positivos deverão ser afastados do trabalho por um período de 14 dias”.
Instalação de barreiras físicas; definição e normatização de áreas de circulação de pessoas; reforço das marcações de distanciamento; implantação de direcionadores de fluxo de pessoas e contratação de fiscais para fazer a vigilância dos ambientes são outras medidas determinadas.
A multa por descumprimento pode chegar a R$ 4 milhões.
A Vale informou que as três minas já foram autorizadas a voltar às atividades. A empresa disse em nota que houve perda de menos de um milhão de toneladas da produção. “A Vale reafirma que tem consciência de sua responsabilidade socioeconômica e, desde o início da pandemia, tem buscado meios para contribuir com a sociedade brasileira na luta contra o vírus, protegendo seus empregados e as comunidades no entorno de suas operações”.
Por Thais Pimentel
Fonte: G1