quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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    Missão holandesa avalia barragens de rejeitos da mineração em Minas

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    Duas das 33 barragens de retenção de rejeitos de mineração consideradas em estado crítico pelo poder público e uma em bom estado começam a receber uma análise detalhada de especialistas do Time de Redução de Riscos dos Países Baixos (DRRT), em um trabalho que segue até sexta-feira. O grupo é composto por cinco profissionais da área de engenharia e utilizará a atividade de campo para treinar os agentes e fiscais do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) de Minas Gerais e da Agência Nacional de Mineração (ANM), que sofrem com a falta de pessoal em números e especialização para monitorar a grande quantidade de empreendimentos. Os Países Baixos – reino formado pela Holanda, na Europa Ocidental, além de Aruba, Curaçau e São Martinho, no Caribe – detêm uma intrincada rede de diques, que permite a vida de milhões de pessoas e por isso estão entre os melhores operadores do mundo em termos de barramentos.

    No Brasil inteiro, de acordo com a agência, são 54 reservatórios paralisados por falta de informações de estabilidade ou por apresentar índices de segurança abaixo dos preconizados pela legislação. A reportagem do Estado de Minas falou com exclusividade com a missão diplomática que veio a Minas Gerais para fazer os acertos em âmbitos de governos e do setor de mineração.

    Barragens candidatas a receber o pente-fino dos especialistas do DRRT não faltam. Só entre as que já exigiram a remoção de populações num raio aproximado de 100 quilômetros de Belo Horizonte se destacam as de Forquilha I, II, III e Grupo, do complexo de Fábrica (Ouro Preto), B3/B4 da Mina de Mar Azul (Macacos/Nova Lima) e Sul Superior do complexo de Gongo Soco (Congonhas). Os métodos de análise servirão como exemplo prático para os fiscais e agentes públicos replicarem em outras estruturas durante seus trabalhos de averiguação e de checagem de dados para garantir a estabilidade e a evolução das construções em reparos.

    As barragens devem ser selecionadas com base na disponibilidade de informações (geometria, materiais, sequência de construção, dados de monitoramento), sendo uma em situação crítica, uma a ser descomissionada (retirada de rejeitos e revitalização da área) e outra em boas condições. As estruturas não serão divulgadas para que não haja pânico desnecessário. O resultado deixará claro qual barragem é a mais vulnerável e qual tem prioridade para ser reparada. Além do trabalho com as barragens, os profissionais realizarão workshops para o aperfeiçoamento dos agentes e fiscais brasileiros.

    “A missão foi um pedido feito pelo Ministério das Minas e Energia ao Reino dos Países Baixos, dado o nosso conhecimento no setor. Já enviamos missões a várias partes do mundo para ajudar e, por isso, esses profissionais estão no Brasil”, disse o adido econômico da Embaixada do Reino dos Países Baixos no Brasil, Jörgen Leeuwestein. As negociações entre os dois governos começaram há seis meses.

    O embaixador do reino, Cornelis van Rij, destacou que uma das áreas em que o Brasil e os Países Baixos podem trabalhar juntos é a da segurança de barragens, por meio de monitoramentos e checagens de solidez das barragens de diques. “(Na Holanda) Não temos montanhas como vocês. Nosso país é muito plano. Mas temos diques que nos protegem constantemente das ameaças das águas do mar e dos rios. Um terço dos Países Baixos se encontra sob o nível do mar. Para ter segurança, precisamos desenvolver um moderno sistema de monitoramento dos diques. Quando soubemos das catástrofes ocorridas aqui, oferecemos a nossa expertise”, disse o diplomata, que considera que tanto os rejeitos das barragens nacionais quanto a água se comportam de forma similar e por isso o intercâmbio de técnicas e conhecimentos poderá ser útil.

    “Os especialistas e as autoridades se reunirão durante toda a semana com as autoridades locais e farão visitas às três barragens a serem escolhidas. Lá, averiguarão as situações pelas diferentes formas. Ao final, teremos um workshop com a conclusão desse trabalho e a troca de experiências para fazer com que nossas soluções ajudem na realidade encontrada”, afirma o embaixador Cornelis van Rij.

    Fonte: Estado de Minas

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