O minirradar é 10 vezes menor e tem alcance duas vezes maior do que seus equivalentes atuais.
[Imagem: RMIT University]
Radar espacial
Engenheiros australianos desenvolveram um radar em miniatura capaz de fazer uma varredura nas profundezas do solo quase duas vezes mais profundamente do que os atuais – que são muito maiores -, alcançando mais de 100 metros no subsolo.
O objetivo é identificar minerais, depósitos de gelo ou grandes vazios, como os longamente teorizados tubos de lava na Lua ou em Marte.
Há várias propostas para construir abrigos na Lua aproveitando túneis naturais, criados por vulcanismo antigo. Para isso, é necessário usar um radar para mapear esses túneis e verificar quais são adequados para uso.
E, antes de ir ao espaço em busca desses abrigos, era necessário miniaturizar o radar: O novo equipamento, batizado de MAPrad, é nada menos do que 10 vezes menor do que seu antecessor.
“Ele é capaz de atingir esse desempenho aprimorado, mesmo depois de ser reduzido para um tamanho de mão, porque opera em uma faixa de frequência diferente: Usando o componente magnético, em vez do elétrico, das ondas eletromagnéticas,” explicou o professor James Macnae, da Universidade RMIT.
Radar para mineração e para o espaço
As ondas magnéticas emitidas e detectadas pelo minirradar medem a condutividade e as reflexões das ondas eletromagnéticas para identificar o que existe no subsolo. Vazios e gelo de água fornecem reflexos fortes, enquanto vários depósitos de metal têm alta condutividade, em níveis bem definidos.
A Agência Espacial Australiana gostou do projeto, e já garantiu financiamento para que a equipe do professor Macnae aprimore o projeto, o que eles farão por meio da startup CD3D.
“O desenvolvimento inicial do MAPrad foi focado especificamente em facilitar pesquisas de drones para aplicações de mineração, mas ele tem aplicações óbvias no espaço, onde tamanho e peso são valiosos, então é onde agora estamos concentrando nossos esforços,” disse Macnae.
Para comprovar a utilidade da tecnologia para missões lunares, os pesquisadores estão pedindo permissão para escanear um dos maiores sistemas acessíveis de tubos de lava do mundo, nas espetaculares cavernas Undara, na Austrália.
“Após os testes nos tubo de lava, ainda este ano, a próxima etapa será otimizar o aparelho para que ele não interfira ou interaja com qualquer um dos componentes de metal da espaçonave ou rover espacial, ou cause interferência eletromagnética incompatível com as comunicações ou outros instrumentos,” disse o professor Graham Dorrington, membro da equipe.