Pesquisa científica comprova que a aplicação de nanopartículas de prata e de sílica em tecido composto por uma mistura de poliéster e de algodão é eficaz para inativar com rapidez o coronavirus Sars-Cov-2. Amostras desse tecido com diferentes micropartículas de prata incorporadas na superfície inativaram 99,9% das cópias do novo coronavírus presentes nas células após dois e cinco minutos de contato. O estudo avança para que o tecido seja empregado na fabricação de máscaras e outros acessórios e equipamentos utilizados pela população e pelos profissionais de saúde.
A expectativa é apresentar as novas máscaras no prazo de trinta dias.
A pesquisa é da empresa paulista Nanox (foto), apoiada pelo Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). O desenvolvimento do novo material contou com a participação de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), da Universitat Jaume I, da Espanha, e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
O tecido inovador contém dois tipos de micropartículas de prata impregnadas na superfície por meio de um processo de imersão, seguido de secagem e fixação, chamado pad-dry-cure.
“Os minérios estão na base do desenvolvimento tecnológico do planeta. Esta pesquisa referenda a importância de contarmos com oferta de minérios, em diversidade e em quantidades adequadas aos anseios da humanidade. Inativar o coronavírus, como demonstra esta pesquisa, pode significar um passo gigante para vencermos a guerra contra a pandemia”, comemora o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Flávio Penido.
“A quantidade de vírus que colocamos nos tubos em contato com o tecido é muito superior à que uma máscara de proteção é exposta e, mesmo assim, o material foi capaz de eliminar o vírus com essa eficácia”, diz Lucio Freitas Junior, pesquisador do laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do ICB-USP, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
O jornal informa ainda que a empresa Nanox pretende avaliar a duração do efeito antiviral das micropartículas no tecido. Em testes relacionados à propriedade bactericida, os materiais foram capazes de controlar fungos e bactérias em tecidos mesmo após 30 lavagens, afirma Simões. “A vantagem desse produto é que ele tem uma durabilidade de dois anos, aguenta pressão e altas temperaturas”, afirmou Elson Longo, professor do Departamento de Química da UFSCar, em entrevista à TV Globo.
As micropartículas podem ser aplicadas em qualquer tecido composto por uma mistura de fibras naturais e sintéticas. Além de tecidos, a empresa está testando agora a capacidade de inativação do novo coronavírus pelas micropartículas de prata incorporadas à superfície de outros materiais, como filmes plásticos e um polímero flexível, semelhante a uma borracha, que utilizou para desenvolver uma máscara de proteção contra o novo coronavírus em parceria com a fabricante de brinquedos Elka.
Fonte: Portal da Mineração