quinta-feira, 9 de maio de 2024
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    Mineração também é cultura

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    Com um acervo de mais de 30 mil peças, Centro de Memória AngloGold Ashanti mostra boa parte da história de Minas

    A mineração está tão enraizada em Minas Gerais que aparece até no nome do Estado. Nos últimos quatro anos, tem sido assunto constante, mais pela lama e pela tristeza das mais de 300 mortes em Mariana e Brumadinho do que pelo ouro e pelas riquezas. Mas nada apaga o peso que essa atividade tem na história brasileira. Uma volta pelo casarão do século XIX em Nova Lima, onde funciona o Centro de Memória AngloGold Ashanti, pode dar um gostinho de pelo menos parte de tantos capítulos que a mineração tem para contar. O museu, que em junho completará 25 anos, tem um acervo de mais de 30 mil peças.

    O início do fio condutor desse passeio, que acontece literalmente em uma casa-grande, é o ano de 1834, quando a inglesa Saint Jonh Del Rey Mining Company compra a mina de Morro Velho. Um tour guiado pelas salas de geologia, metalurgia e até medicina reproduzem o ambiente vivido pelos mineiros.

    Segundo a coordenadora de patrimônio e memória da AngloGold Ashanti, Rivene Oliveira, o Centro de Memória retrata não só a mineração, mas tudo que a cadeia envolvia. “A função principal era minerar, mas, para que isso fosse feito, várias necessidades surgiram, como alimentação, vestimentas e saúde. Tanto que quem vier visitar vai ver o segundo aparelho de raio-x que chegou ao Brasil. O acervo é muito rico”, explica.

    O museu foi inaugurado em 29 de junho de 1994. Mas, até 2007, o casarão histórico que o abriga funcionou como uma hospedaria. Ao longo dos séculos, muitos personagens ilustres ajudaram a fazer a história do local. Em 1881, dom Pedro II tinha vindo conhecer as atividades de mineração aqui em Minas Gerais, porque eram muito relevantes, e dormiu na casa-grande.

    Os jogadores da seleção inglesa de futebol também estão no rol de visitantes ilustres. Em 1950, eles vieram disputar uma partida contra os Estados Unidos no estádio do Independência. O jogo acabou virando uma zebra histórica, porque eles perderam por um a zero. Por outro lado, o acervo do Centro de Memória saiu ganhando. “Eles trouxeram de presente, na época, um belíssimo jogo de chá inglês, que pode ser visto aqui”, conta Rivene.

    A casa-grande foi construída pela família do padre Antônio Pereira de Freitas, um dos primeiros proprietários da mina de Morro Velho. Mais tarde, serviu como moradia para os superintendentes da mineradora inglesa. O mais conhecido foi George Chalmers, que ficou durante 40 anos na empresa. Ele era engenheiro, chegou recém-formado em 1884, para assumir a administração, e virou uma referência por toda a evolução que proporcionou.

    Chalmers foi responsável pela reconstrução do complexo de Morro Velho, após um trágico acidente que pôs abaixo a mina Velha, única explorada na época. Depois do desabamento, que matou dez operários e bloqueou a entrada, impedindo a exploração, Chalmers convenceu os acionistas que ficavam na Inglaterra a colocar em prática um projeto de reestruturação. Em 1892, ele inaugurou a mina Grande, que tinha quase 2.500 m, e chegou a ser a mais profunda mina de ouro do mundo. “Foi um divisor de águas para Nova Lima. Se essa decisão de manter a mineração não tivesse sido tomada, podemos nos perguntar o que teria acontecido com a cidade de Nova Lima, que se desenvolveu em torno da mineração”, analisa Rivene. Essa parte da história tem uma sala especial no museu, que, através de instrumentos como perfuratrizes, consegue mostrar como essa atividade evoluiu ao longo dos anos.

    Além do charme da construção colonial portuguesa, o espaço conta com agradáveis jardins, onde os visitantes podem contemplar a natureza. Até o fim deste ano, os visitantes terão uma nova atração.

    Já está sendo construída uma sala que vai reproduzir para o público a sensação de estar dentro de uma mina.

    Sobre o museu
    Onde: Rua Enfermeiro Jose Caldeira, 7, Centro, Nova Lima.
    Quando: Funciona de quarta-feira a domingo, das 8h às 17h.
    Quanto: Gratuito.
    Agendamento: (31) 3589-1716.
    E-mail: centrodememoria@anglogoldashanti.com, jasampaio@anglogoldashanti.com.
    São permitidas visitas de grupos e escolas mediante agendamento.

    Fonte: O Tempo

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