Mineração espacial
Astronautas da Estação Espacial Internacional estão prestes a começar a testar os primeiros dispositivos de mineração espacial do mundo.
Os protótipos de biorreatores já estão na Estação, e agora os astronautas estão se preparando para usá-los para estudar como organismos microscópicos podem ser usados para recuperar minerais e metais das rochas espaciais.
Astrobiólogos da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, levaram 10 anos para desenvolver os reatores, chamados reatores biominerais, cada um do tamanho de uma caixa de fósforos. Dezoito deles foram levados para a Estação Espacial.
O estudo promete ajudar nos esforços para estabelecer assentamentos tripulados em mundos distantes, ajudando a desenvolver maneiras de obter minerais essenciais para a sobrevivência no espaço.
Os testes revelarão como a baixa gravidade afeta a capacidade natural das bactérias de extrair materiais úteis – como ferro, cálcio e magnésio – das rochas.
Esses resultados também podem ajudar a melhorar o processo – conhecido como biomineração – que tem inúmeras aplicações na Terra, inclusive na recuperação de metais a partir de minérios e na agromineração.
Utilidade para o espaço e para a Terra
Os experimentos envolverão a inserção de pequenos pedaços de rocha de basalto – que compõem a superfície da Lua e de Marte – em cada reator biomineral, que será então submerso em uma solução bacteriana.
Os testes em microgravidade servirão para descobrir como as condições em asteroides, na Lua e em planetas como Marte, com gravidade mais baixa do que a Terra, podem afetar a capacidade das bactérias de extrair minerais das rochas encontradas lá.
O experimento também analisará como as bactérias crescem e formam camadas – conhecidas como biofilmes – nas superfícies naturais do espaço. Além de fornecer informações sobre como a baixa gravidade afeta os biofilmes, os resultados também melhorarão a compreensão de como os micróbios crescem na Terra e como pode ser possível evitar esse crescimento – os biofilmes compõem a forma mais difícil de combate às infecções bacterianas.
Ao final dos testes, que deverão durar três semanas, o material será enviado de volta à Terra, para ser analisado pela equipe de Edimburgo e em um laboratório da Universidade de Stanford.
Fonte: Inovação Tecnológica