Atividade que tem contribuído para o avanço socioeconômico de diversas regiões do estado da Bahia, a mineração apresentou uma relação positiva entre o número de admissões e demissões nos últimos 12 meses, resultando em 1.413 novos empregos formais. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério da Economia e comprovam a evolução do setor de indústrias extrativas no estado. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), as vagas diretas abertas nas mineradoras geram empregos indiretos da ordem de 1 para 11 ao longo das cadeias produtivas.
Dentre os municípios que apresentaram os melhores números, Juazeiro, onde está uma das minas da Mineração Caraíba, figura em primeiro lugar com saldo de 153 contratações. Em segundo ficou Piatã, cidade da Brazil Iron, também com 153, e em terceiro lugar Santaluz, com 138 novos empregos, município onde a Equinox está preparando o retorno da produção de ouro, previsto para janeiro de 2022, após assinar contrato com a CBPM.
Ainda segundo o CAGED, a mineração na Bahia mantém mais de 16 mil empregos diretos, além dos indiretos. Para o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antônio Carlos Tramm, o setor mineral promove uma forte dinamização da economia na região onde se insere, pois demanda toda uma cadeia produtiva de suprimentos e insumos. “A mineração, muitas vezes, está localizada em cidades onde representa a principal atividade econômica da região”, afirma Tramm.
Outro fator que coloca a mineração em uma posição de destaque no desenvolvimento econômico da Bahia é a sua remuneração média, que chega a ser duas vezes maior que a das indústrias de transformação e construção civil e até três vezes maior que a do comércio. Com relação ao salário médio do trabalhador nos grupos de atividades da indústria extrativa mineral, segundo dados nacionais do CAGED, a atividade que apresentou o maior salário médio no país foi a Extração de Minerais Metálicos Não Ferrosos (R$ 3.143,80), seguida pela Extração de Minério de Ferro (R$ 2.840,46) e pela Extração de Carvão Mineral (R$ 2.543,44). A remuneração média do setor de Extração Mineral, desconsiderando petróleo e gás, foi de R$ 2.166,14.
Alta dos empregos reflete bom resultado do setor como um todo
Até o mês de julho de 2021, o faturamento das mineradoras baianas já havia batido a marca dos R$ 5 bilhões, contra o índice de R$ 2,9 bilhões atingido no mesmo período do ano passado, representando um crescimento de 73% na receita, segundo dados disponibilizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM). O bom resultado contribui para movimentar a economia local dos municípios a médio e longo prazo, com promoção a negócios em extensas cadeias produtivas, geração de empregos e aumento da arrecadação tributária, entre outros benefícios socioeconômicos.
Com relação à CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), que é a contrapartida financeira paga pelas empresas mineradoras à União, aos Estados, Municípios, a Bahia é o terceiro maior arrecadador do país. As mineradoras baianas já pagaram, até agosto deste ano, mais de R$ 91 milhões, quase o mesmo montante de todo o ano passado, que foi de R$ 94 milhões.
Em Jaguarari, no norte do estado, por exemplo, esta contribuição cresceu 161%, indo de R$ 3,2 milhões no primeiro semestre de 2020 para R$ 8,5 milhões no mesmo período de 2021. Outro caso expressivo foi o de Caetité, cuja CFEM passou de R$ 72 mil para R$ 2,5 milhões. Um crescimento de 3500%. Dos valores recolhidos, os municípios mineradores recebem 60%, os afetados pela atividade mineral 15%, os estados 15% e a União fica com os 10% restantes.
“A melhor característica do dinheiro da CFEM é que ele é dinheiro novo. Ele não vem com restrições. O município pode identificar as áreas de maior necessidade e utilizar o valor da melhor forma. Pode ser para educação, segurança, saúde, logística, ou qualquer setor que for representar maior ganho social para sua população”, diz Antonio Carlos Tramm.