Setor faturou R$ 39 bilhões no segundo trimestre de 2020; segundo Ibram, a valorização do dólar está por trás do crescimento
Apesar da pandemia reduzir a demanda mundial, as mineradoras do Brasil faturaram 9% a mais em relação ao primeiro trimestre. Foram R$ 39,2 bilhões, dos quais R$ 15 bilhões vieram de Minas Gerais. Com 38% do faturamento do país, o Estado só perde para o Pará, que participa com 43%.
Sozinho, o minério de ferro responde por 59,3% do faturamento registrado pelo setor no segundo trimestre. Em seguida, vem o ouro com cerca de 14%. O diretor-presidente do Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram), Flávio Penido, destaca que a explicação para o crescimento está no dólar, que elevou os preços das commodities. “No caso do ouro, o mundo está passando por uma crise e ele é um ativo de segurança, então, aumenta tanto na demanda como no valor unitário”, ressalta Penido.
As exportações de minério de ferro também cresceram. Somaram US$ 4,65 bilhões no segundo trimestre, 6,1% a mais em relação ao primeiro. Nesse mesmo período, o Brasil vendeu 8,4% a mais em volume: foram 76 milhões de toneladas.
Na avaliação do presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer, mesmo com os impactos que a pandemia tem trazido ao mundo, a mineração brasileira não deve ter crescimento substancial, mas também não deve sofrer retração. “Apesar dos ajustes, o setor não fez grandes demissões. E os investimentos anunciados não sofreram alterações. Tivemos algumas alterações nos cronogramas, US$ 32,5 bilhões previstos até 2024 estão mantidos”, afirma Brumer.
Entre as metas para setor, os dirigentes do Ibram destacam a necessidade de investir mais em pesquisas geológicas, para explorar melhor o subsolo e reduzir a dependência do Brasil de importações, principalmente de carvão mineral e potássio. A melhoria dos sistemas de licenciamento ambiental, a busca por financiamentos e a renovação das concessão das ferrovias também estão na pauta.
Fonte: O Tempo